A União Europeia prepara uma reunião extraordinária dos chefes da diplomacia sobre o conflito no Iraque, que pode ser realizada ainda nesta semana, anunciou nesta quarta-feira um porta-voz dos serviços da alta representante, Catherine Ashton.
"Ashton está disposta a reunir a partir desta semana os ministros europeus das Relações Exteriores e está verificando com os Estados se é possível", indicou um de seus porta-vozes.
França e Itália haviam exigido este encontro diante das demandas de armas dos curdos iraquianos para combater os jihadistas.
Os embaixadores da UE reunidos na terça-feira concordaram em "reforçar urgentemente a coordenação humanitária e ter acesso às populações deslocadas" no Iraque, além de permitir que os Estados membros que desejarem entreguem armas aos combatentes curdos.
Enquanto a França anunciou nesta quarta-feira que enviará armas ao Iraque nas próximas horas, outros países da UE, como Suécia, se opõem categoricamente a esta ação.
A França enviará nas próximas horas armas ao Iraque para apoiar a capacidade operacional das forças que lutam contra o Estado Islâmico (EI), os jihadistas que avançam em direção a Bagdá, anunciou nesta quarta-feira em um comunicado o Palácio do Eliseu.
"Com o objetivo de responder às necessidades urgentes expressadas pelas autoridades da (região autônoma) do Curdistão, o chefe de Estado (François Hollande) decidiu, em acordo com Bagdá, enviará armas nas próximas horas", segundo a nota.
O Eliseu lembra a reunião da última quinta-feira entre Hollande e o presidente do Curdistão iraquiano, Massud Barzani, e declara que "há vários dias a França já tomou as ações necessárias para apoiar a capacidade operacional das forças que lutam contra o Estado Islâmico".
"A situação catastrófica que a população enfrenta na região do Curdistão iraquiano requer que a mobilização da comunidade internacional continue e se amplie", destaca a presidência francesa.
Por isso, a França quer "desempenhar um papel ativo fornecendo, em inteligência com seus sócios e com as novas autoridades iraquianas, toda a ajuda necessária".
A presidência afirma que "nos últimos dias foram realizadas as primeiras entregas de ajuda humanitária" e que elas vão continuar. Hollande pediu ao seu chanceler, Laurent Fabius, "que siga pessoalmente a questão", afirma o comunicado.
No domingo, a França entregou 18 toneladas de ajuda humanitária na cidade de Erbil. Um segundo avião francês carregado de ajuda humanitária chegou nesta quarta-feira, de acordo com o ministério francês das Relações Exteriores, com 20 toneladas de medicamentos, barracas e material de tratamento e distribuição de água para 50.000 pessoas.
No comunicado, a presidência francesa reitera o apoio ao novo primeiro-ministro iraquiano Haidar al-Abadi e pede a criação de "um governo de unidade, representativo de todas as comunidades iraquianas, pra lutar de forma eficaz contra o Estado Islâmico".