Premiê elogia sacrifício de militares japoneses, apesar da polêmica

Chefe de Governo escreveu uma carta que foi lida durante uma homenagem a 1.180 militares condenados após a guerra
Da AFP
Publicado em 27/08/2014 às 14:15


O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, saudou os militares "que se sacrificaram" pelo país durante a Segunda Guerra Mundial, revelaram nesta quarta-feira os organizadores do evento, que aconteceu há alguns meses.

O chefe de Governo escreveu uma carta que foi lida durante uma homenagem a 1.180 militares condenados após a guerra, em 29 de abril, incluindo 14 considerados criminosos, explicaram os organizadores, ex-soldados.

Na carta, Abe expressa sua "dor diante da "morte de mártires que sacrificaram sua vida para construir as bases de um Japão pacífico e próspero".

Neto de um ministro do exército do período da guerra, o conservador Abe provocou a revolta das autoridades chinesas e sul-coreanas ao visitar, em dezembro de 2013, o santuário Yasukuni de Tóquio, onde estão inscritos os nomes dos 14 criminosos de guerra condenados após a rendição do Japão em 1945.

Para Pequim e Seul, o local é símbolo por excelência do passado militarista japonês.

A cerimônia aconteceu na prefeitura de Wakayama (oeste), como a cada ano desde 1994, mas a informação só foi revelada nesta quarta-feira pela imprensa.

O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China não demorou a reagir.

"Enfrentar a história e marcar uma ruptura nítida com o militarismo são uma base importante na reconstrução e desenvolvimento das relações do Japão com seus vizinhos asiáticos", declarou Hong Lei, que pediu "novamente ao governo japonês que atue de forma concreta para ganhar a confiança das populações vizinhas da Ásia e da comunidade internacional".

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