Os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos e seus aliados contra o Estado Islâmico na Síria são ilegais e constituem um ataque ao país, declarou nesta terça-feira o presidente do Irã, Hassan Rouhani.
Segundo ele, a ação militar só poderia ser justificada se autorizada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ou se as ações fossem conduzidas com o consentimento do governo sírio.
"Esses bombardeios não têm qualquer posição legal, então podemos interpretá-los como um ataque", disse ele aos jornalistas à margem da Assembleia Geral da ONU, que cuja abertura oficial acontece na quarta-feira.
Rouhani afirmou que a política norte-americana é confusa porque, simultaneamente, se opõe aos militantes enquanto tenta prejudicar o governo do presidente sírio Bashar Assad. "Na melhor das hipóteses, isto é claramente nebuloso e ambíguo", disse ele. "Este é um comportamento e uma política muito confusos."
O presidente iraniano condenou o Estado Islâmico e descreveu os integrantes do grupo como "bárbaros", mas afirmou que o Irã deveria liderar qualquer coalizão na luta contra os militantes, que tomaram o controle de grandes extensões de terra na Síria e no Iraque.
Rouhani pareceu ansioso para expressar a prontidão do Irã em combater o grupo militante, mas sinalizou que não deseja trabalhar com o governo norte-americano nesta tarefa. "Não há cooperação entre Irã e Estados Unidos, mas nós somos extremamente sérios a respeito do combate ao extremismo."
O Irã é um antigo aliado do presidente sírio Bashar Assad e Rouhani lembrou que seu país tem lutado contra extremistas do Estado Islâmico na região, ao lado de forças sírias.