A ministra do Interior britânica, a conservadora Theresa May, prometeu nesta terça-feira (30) medidas contra grupos extremistas e pregadores muçulmanos radicais, mesmo que não tenham cometido delitos, uma decisão mal recebida pelos ativistas de direitos humanos.
"Nem todo extremismo conduz à violência e nem todos os extremistas são violentos, mas o dano que o extremismo causa é suficiente razão para agir", declarou May no congresso anual do Partido Conservador, realizado em Birmingham, centro da Inglaterra.
"Temos de fazer frente ao extremismo em todas as suas formas. Temos de defender nossos valores", afirmou, entre aplausos dos delegados.
"Quero novos poderes civis contra os extremistas que se mantêm dentro da lei", acrescentou.
May vai propor aos tribunais que sejam limitadas as atividades de indivíduos se estes ameaçarem a ordem pública ou puderem causar violências.
Estes indivíduos poderão ser proibidos de participar em atos públicos, manifestar ou aparecer na imprensa, além de submeter à polícia qualquer material que queiram postar na internet.
Emma Carr, diretora da organização Big Brother Watch, que vela pelos direitos civis, afirmou que tais medidas são "o início de algo pior".
"Em uma sociedade democrática, é totalmente errôneo etiquetar as pessoas de 'extremista' e impor a elas fortes restrições a sua liberdade sem que haja um processo legal e um transparente", denunciou Carr.