A auxiliar de enfermagem espanhola infectada com o vírus Ebola pode ter adquirido a doença ao tocar o próprio rosto com suas luvas de proteção, informou à imprensa Germán Ramírez, um dos médicos que cuidam do caso.
"Ela me disse três vezes que havia tocado o rosto com as luvas", afirmou Ramírez em frente ao hospital La Paz-Carlos III, onde a auxiliar está isolada junto com outras cinco pessoas internadas por precaução. "Acredito que o momento crítico foi o da retirada do traje de proteção", declarou Teresa Romero, a auxiliar infectada, ao jornal El País.
"O que ela quis dizer é que acha que descobrimos a origem" da infecção, afirmou Ramírez, indicando que "pode ter sido simplesmente um acidente e que ela, em um primeiro momento, não se lembrava devido à sua situação clínica".
Esta enfermeira integrou a equipe que cuidava dos padres espanhóis repatriados da África com Ebola, que morreram em 12 de agosto e em 25 de setembro.
Teresa acredita que pode ter sido infectada quando atendeu pela primeira vez o segundo missionário. Ela esteve duas vezes na residência, uma para atendê-lo e outra para limpar o local após o seu falecimento.
Ramírez lembrou que "toda vez há pessoas supervisionando a colocação e retirada do traje de proteção", mas que "este tipo de atitude (tocar o rosto) pode passar desapercebido".
Junto com a auxiliar de enfermagem estão seu marido, que permanecerá em observação por 21 dias por ter tido contato direto com ela, e outras quatro pessoas.
Entre os internados, um engenheiro vindo da Nigéria deverá realizar um segundo teste para receber alta, enquanto uma enfermeira e duas auxiliares esperam pelos resultados de seus exames.