Combatentes curdos iraquianos chegam a Kobane

Entrada na cidade foi precedida por novos ataques aéreos das forças da coalizão contra posições jihadistas em Kobane
Da AFP
Publicado em 31/10/2014 às 21:06
Entrada na cidade foi precedida por novos ataques aéreos das forças da coalizão contra posições jihadistas em Kobane Foto: Foto: ARIS MESSINIS / AFP


Os reforços de combatentes curdos iraquianos entraram nesta sexta-feira à noite na cidade síria de Kobane, assediada pelos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Procedentes de Suruç, na Turquia, os cerca de 150 peshmergas "entraram em Kobane com suas armas, partindo de Tall al-Chair, ao oeste da cidade", declarou à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdelrahman.

Segundo ele, os peshmergas "abriram caminho com buldôzeres, partindo de Tall al-Chair, para chegar à cidade, e não passaram pelo posto fronteiriço de Mursitpinar", bem ao norte de Kobane.

Sua entrada na cidade foi precedida por novos ataques aéreos das forças da coalizão contra posições jihadistas em Kobane, disse Abdelrahman, que também relatou violentos combates nesta sexta à noite entre os jihadistas e as milícias curdas sírias (Unidades de Proteção do Povo, YPG).

Pouco antes das 21h30 (16h30 em Brasília), o reforço iraquiano tomou a direção da fronteira síria, a alguns quilômetros de Suruç, escoltado pelo Exército turco. Esses combatentes foram aclamados por centenas de curdos, observou um jornalista da AFP no local.

Sob pressão dos Estados Unidos, o governo conservador islâmico turco autorizou, na semana passada, a passagem por seu território de combatentes da região autônoma do Curdistão iraquiano para reforçar a defesa dos curdos que lutam há seis semanas para salvar Kobane (Ain al-Arab, em árabe).

De 50 a 150 homens do Exército Sírio Livre (ESL), principal grupo da rebelião moderada ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad, já haviam cruzado a fronteira turca na quarta-feira para se juntar aos curdos de Kobane.

A Turquia recusa qualquer intervenção militar direta para ajudar os combatentes curdos que defendem essa cidade síria.

Ancara considera que uma intervenção como essa reforçaria o presidente Assad, seu grande inimigo, e acusa as milícias curdas que combatem em Kobane de ligação com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que enfrenta as forças turcas desde 1984.

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