A Rússia exigiu nesta segunda-feira que Kiev acabe com sua ofensiva militar no leste, ressaltando que os novos líderes rebeldes eleitos no domingo têm a autoridade para estabelecer um diálogo com o governo ucraniano.
Os líderes rebeldes eleitos "têm autoridade suficiente para estabelecer um diálogo amplo e duradouro com as autoridades ucranianas", declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores Grigory Karasin em um comunicado à agência de notícias TASS.
"Este trabalho só pode ser produtivo no contexto de um diálogo equilibrado baseado no respeito mútuo, e se Kiev renunciar às operações militares e à dita operação 'antiterrorista'", acrescentou.
Os líderes em guerra com Kiev venceram sem surpresa as eleições separatistas no leste da Ucrânia, em uma votação considerada como um "novo obstáculo" ao frágil processo de paz pelos europeus, mas reconhecida pela Rússia.
A votação nos territórios controlados pelos combatentes pró-russos - metade da região de Donetsk e uma pequena parte da região de Lugansk - confirmou em suas funções os dirigentes rebeldes que lideram o movimento separatista há meses. Moscou afirmou no domingo "respeitar" os resultados desta consulta, chamada de "farsa" por Kiev.
Citando o risco de novas sanções ocidentais contra a Rússia, a autoridade russa indicou que "a linguagem das sanções é absolutamente contra-produtiva para resolver conflitos". "A história tem provado", disse à agência de notícias Interfax.
Moscou se disse pronto a ajudar Kiev e os separatistas para encontrar uma solução para acabar com o conflito. "É importante agora adotar medidas para um diálogo sustentável entre Kiev e representantes de Donbass, e estamos prontos para facilitar este processo", garantiu.
"Partimos do pressuposto que os representantes eleitos das regiões Donetsk e Lugansk têm um mandato para conduzir discussões com as autoridades centrais ucranianas e para resolver, no âmbito de um diálogo político, todos os problemas que se acumularam ao longo dos últimos meses", afirmou. "É óbvio que o povo de Donbass já sofreu o suficiente e quer uma vida estável e pacífica", concluiu.