Ucrânia congela subsídios para áreas sob comando rebelde

A Ucrânia defende que os rebeldes separatistas de Donetsk e Luhanks são apoiados por Moscou
Karol Albuquerque
Publicado em 05/11/2014 às 14:57


A Ucrânia irá congelar o repasse de subsídios para os territórios ao leste do país, controlados por separatistas pró-Rússia, informou o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk nesta quarta-feira (5). O setor industrial nesta região, rica em carvão, há anos depende dos subsídios estatais para sobreviver, fazendo com que a decisão de Kiev piore as condições econômicas locais.

Yatsenyuk afirmou que US$ 2,6 bilhões em apoio do governo federal não seriam repassados às áreas de Donetsk e Luhansk, mas não informou o período para o qual a execução da verba estava destinada. Segundo o primeiro-ministro, o pagamento de pensões e benefícios do governo aos habitantes do leste continuará após as forças separatistas se renderem.

"O dinheiro que pagamos a estes territórios hoje não chega às pessoas, mas é roubado por bandidos russos e isso não serviria para nada além de apoiar diretamente o terrorismo dos russos", disse Yatsenyuk. Apesar disso, ele declarou que o fornecimento de eletricidade e gás para a região continuará. "Esses são nossos cidadãos e o governo não permitirá que essas pessoas congelem, pois isso causaria uma catástrofe humanitária".

O vice-ministro da Defesa Petro Mekhed afirmou nesta quarta-feira que a inteligência militar do país observou um aumento recente no número de soldados russos em Donetsk e Luhansk. Com receio de uma escalada no conflito, o presidente da Ucrânia Petro Poroshenko disse que mais tropas serão posicionadas ao leste para defender as cidades que ainda estão sob controle do governo.

A Ucrânia defende que os rebeldes separatistas de Donetsk e Luhanks são apoiados por Moscou, que nega veementemente manter soldados e equipamentos em território ucraniano. No domingo, essas duas áreas realizaram eleições locais, sem o consentimento de Kiev, em uma ação que foi condenada pela comunidade internacional, mas reconhecida pela Rússia. 

Em retaliação, a chanceler alemã Angela Merkel indicou que mais líderes rebeldes do leste da Ucrânia podem ser adicionados às listas de sanções da União Europeia.

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