Dirigentes dos partidos políticos de Burkina Faso chegaram, na madrugada desta quinta-feira (6), a acordo sobre a formação de um governo de transição e a realização de eleições em novembro de 2015, de acordo com nota divulgada ao fim de uma reunião.
Durante o encontro, no entanto, na capital Ouagadougou, ninguém foi nomeado para liderar o Executivo. Entre os pontos acertados está o de que o escolhido não deve permanecer no poder mais de um ano.
O acordo foi firmado pelos presidentes de Gana, do Senegal e da Nigéria - John Dramani Mahama, Macky Sall e Goodluck Jonathan, respectivamente - mediadores da Comissão da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao).
Os dirigentes sociais e políticos adotaram o consenso depois da demissão do presidente Blaise Compaoré na semana passada, ao fim de 27 anos no poder, forçada por massivos e violentos protestos nas ruas.
No sábado (1º), o Exército proclamou como chefe de Estado o tenente-coronel Isaac Zida, que ordenou a atuação de um destacamento militar para reprimir os protestos civis na capital e assumiu o controle da televisão pública.
O golpe de Estado do Exército foi visto com receio pela comunidade internacional desde o início, com condenação expressa das Nações Unidas, da União Africana e da Cedeao.
A União Africana deu, na segunda-feira (3), prazo de duas semanas ao Exército de Burkina Faso para repor a constitucionalidade no país e instaurar um governo de transição, liderado por civis, sob pena de enfrentar sanções.