O Congresso espanhol aprovou na terça-feira (18) uma proposição que pede ao governo o reconhecimento da Palestina como um Estado, em uma votação apoiada pelos socialistas e os governistas do Partido Popular (PP).
A proposição afirma que o reconhecimento da Palestina como Estado "deve ser consequência de um processo de negociação entre as partes" e pede que a medida "seja promovida de maneira coordenada no seio da União Europeia" visando uma "solução definitiva e global [...] baseada em dois Estados".
A moção foi aprovada pela ampla maioria de 319 votos contra dois e uma abstenção. A proposição já estava prevista na ordem do dia, antes do ataque de terça-feira, quando dois palestinos invadiram uma sinagoga e mataram cinco israelenses.
O texto pede ao governo que "reconheça a palestina como Estado, sujeito de direito internacional", e reafirma que "a única solução possível para o conflito é a coexistência de dois Estados -israelense e palestino".
O ministro das Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, assistiu ao debate no plenário e elogiou o fato de ter havido unanimidade entre os partidos, além de ter expressado confiança que esse pronunciamento do parlamento espanhol sirva para "destravar" o processo de paz na região.
Por parte do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que promoveu a iniciativa, sua porta-voz das Relações Exteriores, Trinidad Jiménez, também afirmou que o apoio unânime do Congresso é "a melhor contribuição" que a câmara pode fazer para a paz no Oriente Médio.
Na presença do embaixador da Palestina, que estava sentado na tribuna de convidados, Jiménez censurou a atitude de Israel por continuar dificultando com sua política a resolução do conflito, mas ressaltou que o texto "não é contra nada, nem contra ninguém".