O presidente norte-americano, Barack Obama, apresenta nesta quinta-feira (20) um plano de mudanças sobre migração. O anúncio deve ser feito à noite, em discurso transmitido pelas redes de televisão e rádio do país.
As novas normas de migração terão efeito sobre a vida de cerca de 4 milhões de pessoas que residem nos Estados Unidos e não têm documento. Ao longo desta semana, a Casa Branca promoveu várias reuniões, e interlocutores do governo falaram sobre o plano. O anúncio pode provocar reações no Congresso americano que, após as eleições do começo deste mês, tem maioria republicana.
Em vídeo divulgado nessa quarta-feira (19) no site da Casa Branca, Obama disse que fará o discurso às 20h (23h no horário brasileiro de verão). “Vou falar sobre as medidas que posso tomar para começar a consertar nosso sistema de imigração, porque todo mundo concorda que ele está quebrado”, acrescentou.
A revisão da Lei de Imigração é uma promessa antiga de Obama, ainda em seu primeiro mandato, e um projeto de reforma do sistema migratório deveria ter sido enviado pelo Executivo ao Congresso, mas isso não ocorreu. Em junho, Obama disse que não esperava que o Congresso aprovasse uma reforma e que anunciaria mudanças no fim de setembro.
À imprensa americana, funcionários da Casa Branca ressaltaram que, apesar da assinatura do decreto, Obama estaria aberto para enviar uma proposta de reforma migratória ampla, caso os republicanos não impeçam a votação da matéria.
Os detalhes sobre o plano não foram revelados, mas os jornais e as emissoras de TV americanas especulam e analisam o teor do decreto que Obama pretende anunciar. Ainda não se sabe se a Casa Branca pretende “legalizar” também os residentes sem documentos que trabalham nos Estados Unidos. Alguns analistas apostam que o decreto deve contemplar os imigrantes sem documento que residam no país a partir de um número mínimo de anos.
O número de imigrantes beneficiados vai depender dos limites estabelecidos pela lei. A Rede CNN de Televisão mostrou que se a medida se limita aos migrantes que tenham filhos no país e um tempo mínimo de cinco anos, o número de beneficiados poderia ser 3,3 milhões. Se o número de anos sobe para dez como exigência mínima, o benefício atingiria 2,5 milhões de pessoas.
O decreto deverá aumentar o rigor com relação à deportação de imigrantes criminosos (sem documentos, que cometeram delitos em território americano) e ainda a expansão de vistos de trabalho para áreas específicas. Medidas sobre segurança nas fronteiras também devem ser anunciadas
Amanhã (21), o presidente viajará até uma escola secundária em Las Vegas, Nevada, para buscar apoio às suas ações e detalhar o impacto do projeto em um estado onde os latinos formam um eleitorado crescente e politicamente poderoso. As eleições presidenciais que vão escolher o sucessor de Obama serão feitas em 2016. Para ele, é essencial conseguir o apoio da comunidade de imigrantes, especialmente dos provenientes da América Latina, maior parcela dos que vivem no país.