As negociações nucleares com o Irã, realizadas há três dias em Viena, entraram nesta sexta-feira em sua última e crucial fase, em que as partes terão que fazer difíceis concessões se quiserem concluir um acordo histórico.
Na noite de quinta-feira, um longo encontro entre o chefe da diplomacia americana, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamed Javad Zarif, marcou o início desta última etapa das negociações sobre o programa nuclear do Irã. A previsão é de que voltem a se reunir a partir das 11h00 (08h00 de Brasília).
Após vários meses de discussões, as posições das partes parecem ter se aproximado em vários pontos, embora ainda existam divergências maiores entre o Irã e as grandes potências "5+1" (China, Estados Unidos, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha), que têm até 24 de novembro para chegar a um acordo.
O "5+1" quer que a República Islâmica reduza fortemente sua capacidade de enriquecimento de urânio para evitar que produza a bomba atômica. Já o Irã quer manter e até aumentar essa capacidade, argumentando que seus objetivos são exclusivamente civis e que o país precisa para alimentar suas futuras centrais nucleares.
Além disso, segundo fontes ocidentais, os iranianos exigem o fim imediato das sanções que asfixiam sua economia há uma década, algo que o "5+1" considera pouco realista. Depois de três longos dias de discussões na capital austríaca, muitos acreditam que uma grande vontade política na hora de fazer concessões poderá evitar a estagnação das negociações.