A ministra da Saúde espanhola, Ana Mato, uma das integrantes do gabinete mais próximas do presidente Mariano Rajoy, deixou o cargo nesta quarta-feira (26) após ser acusada de envolvimento no caso Gürtel, escândalo de corrupção que envolve vários ex-dirigentes do Partido Popular (PP), entre eles o ex-marido.
A saída de Mato foi apresentada primeiro como uma renúncia, pela própria ministra, mas, segundo o jornal "El País", fontes do governo revelaram que a decisão final foi do presidente.
"Eu não quero, sob nenhuma circunstância, prejudicar o governo da Espanha, o presidente ou o Partido Popular permanecendo no posto", disse Mato.
Seu anúncio foi feito apenas horas depois de um juiz acusá-la de se beneficiar de negócios ilegais de seu ex-marido, Jesús Sepulveda, enquanto ele era prefeito de um subúrbio de Madri.
Sepulveda é um dos 43 acusados do caso Gürtel, um dos maiores processos de corrupção da história de Espanha, que veio à tona há mais de cinco anos. Mato é a maior queda desde o início do escândalo.
Nesta quinta-feira (27), Rajoy deve fazer um discurso importante sobre medidas de combate à corrupção no país.
Nos últimos dois anos, o PP, partido do presidente, aparece envolvido em escândalos de corrupção. No mais recente deles, em 27 de outubro, a polícia prendeu, na operação, 51 suspeitos de participar em um esquema envolvendo serviços públicos em diversas regiões, incluindo Madri e Valência.
Entre os investigados estão Francisco Granados, ex-número dois do governista PP (Partido Popular) em Madri e José Maria Fraile, prefeito de Parla pelo PSOE (Partido Socialista Obrero Español).