Os moradores de Bhopal comemoraram nesta terça-feira (2) os 30 anos do pior acidente industrial da história da Índia, com um protesto no qual queimaram imagens da Dow Chemicals e exibiram cartazes pedindo justiça.
Alguns manifestantes mostravam fotos em preto e branco de seus entes queridos, mortos na noite de 2 de dezembro de 1984, quando um vazamento de gás tóxico em uma fábrica de pesticidas da companhia Union Carbide asfixiou a cidade de Bhopal.
O acidente industrial, no qual cerca de 40 toneladas de tóxicos foram liberados, provocou a morte de 3.500 em poucos dias, mas estima-se que cerca de 25.000 pessoas tenham morrido no longo prazo.
Após o acidente, foram registrados em Bhopal muitos nascimentos de crianças com necessidades especiais físicas e mentais.
Durante anos, os sobreviventes lutaram para que o local da catástrofe fosse limpo, mas disseram que os esforços foram atrasados depois que a Union Carbide foi comprada pela empresa americana Dow Chemical, em 2001.
"Pedimos justiça", dizia um cartaz que exibia a foto de um bebê morto semi-enterrado, uma das imagens mais famosas da tragédia.
"A Dow tem que assumir as consequências do desastre que continua presente em Bhopal", exigia outro cartaz.
As organizações civis também reivindicaram que a Dow Chemicals dê uma indenização adicional às vítimas e limpe o local do acidente, que dizem ainda estar contaminado.
"Com esta manifestação, queremos assegurar que o governo não volte a relegar este assunto ao segundo plano", disse à AFP Rashida Bee, ativista que milita há anos pelas vítimas da catástrofe.