A prática de tortura em interrogatórios visando impedir atentados terroristas é aprovada por 51% dos americanos, enquanto apenas 29% rejeitam os métodos utilizados pela CIA e denunciados recentemente por um relatório do Senado dos Estados Unidos, revela uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
Segundo a mesma pesquisa, 56% dos americanos estimam que a tortura durante os interrogatórios da CIA permitiu obter informações que impediram a realização de atentados, contra 28% que pensam de forma inversa e 16% que não se posicionaram.
Sobre a decisão do Senado de publicar o relatório, 42% estimam que foi uma boa medida, enquanto 43% acreditam que a decisão vai contra os interesses do país, e 15% não têm opinião. A pesquisa foi realizada por telefone entre 11 e 14 de dezembro, com 1.001 adultos que vivem nos Estados Unidos. O relatório elaborado pelo Comissão de Inteligência do Senado americano revelou que após o 11 de Setembro a CIA submeteu dezenas de detentos vinculados à Al-Qaeda a torturas brutais e ineficazes.
O relatório descreve como os detidos permaneciam amarrados durante dias na escuridão, eram submetidos a banhos gelados, privados de sono durante uma semana, espancados e ameaçados psicologicamente. Um detento foi ameaçado com uma furadeira. Ao menos cinco sofreram o que o relatório descreve com o eufemismo de "reidratações retais".