O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em viagem pelos três países mais afetados pelo Ebola na África ocidental, prometeu nesta sexta-feira apoio da comunidade internacional na luta contra esta epidemia e ajuda para reconstruir os serviços de saúde.
Ban chegou nesta sexta-feira a Monróvia procedente de Acra, a capital de Gana, onde se encontra a sede da Missão da ONU para a luta contra o Ebola (UNMEER), onde sua viagem teve início na quinta-feira.
Ban Ki-moon realiza este giro acompanhado pela diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), a Dra. Margaret Chan, pelo coordenador da ONU para a luta contra esta epidemia, o Dr. David Nabarro, e pelo chefe da UNMEER, Anthony Banbury.
O chefe da ONU e seus acompanhantes foram recebidos pelo vice-presidente liberiano, Joseph Boakai, com honras militares.
Segundo seu programa, Ban se reunirá em Monróvia com a presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, depois com autoridades da UNMEER e da Missão das Nações Unidas da Libéria e contra o Ebola (MINUL), antes de visitar uma unidade médica administrada pelo exército americano.
"As Nações Unidas acompanharão o povo da região até chegar o momento em que estivermos seguros de que não há mais casos" de Ebola, declarou Ban Ki-moon em Acra durante um encontro com o presidente de Gana, John Dramani Mahama.
"Devemos refletir cuidadosamente sobre a forma de fortalecer os sistemas de saúde dos países da região para que possam resistir a futuras epidemias de doenças contagiosas", acrescentou.
Durante a tarde, o secretário-geral da ONU se dirigirá a Freetown, em Serra Leoa, e no sábado a Conakry, na Guiné. Libéria, Serra Leoa e Guiné são os três países mais afetados pela epidemia.
No sábado também visitará Bamaco, no Mali, que foi o último país afetado, mas onde não são registrados novos casos há várias semanas.
Incêndio
Em Conakry, um incêndio de origem desconhecida em um depósito do aeroporto destruiu na quinta-feira grandes quantidades de material destinado à luta contra o Ebola.
O incidente foi constatado "depois que grande parte do depósito foi devorado pelas chamas", indicou à AFP Abdel Kader Yombouno, assessor jurídico da Sogeac (Sociedade de Gestão do Aeroporto de Conakry), informando que grande parte dos produtos "armazenados no aeroporto pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) foram destruídos".
A UNMEER confirmou o fogo "em um depósito das Nações Unidas que continha medicamentos e material de laboratório utilizados na luta contra o Ebola, que não deixou vítimas, mas uma lamentável perda nos suprimentos, embora sem alcançar os equipamentos de proteção armazenados a pouca distância", segundo um comunicado.
Trata-se do giro de mais alto nível nestes países desde o início da epidemia de Ebola, que já provocou a morte de quase 6.900 pessoas de um total de 18.603 casos registrados, 99% dos quais em Libéria, Serra Leoa e Guiné, segundo o último balanço da OMS de 14 de dezembro.
O número de mortos continua subestimado, de acordo com a OMS, que estimou em 70% a taxa de mortalidade real nestes três países.
O único chefe de Estado não africano que viajou aos países afetados foi o presidente francês, François Hollande, que visitou a Guiné em 29 de novembro.