A Justiça turca emitiu nesta sexta-feira (19) uma ordem de prisão contra o imã Fethullah Gülen, o maior adversário do presidente islamita conservador Recep Tayyip Erdogan, exilado nos Estados Unidos desde 1999, informou a imprensa.
Gülen, 73, é acusado principalmente de ser o "dirigente de uma organização terrorista", afirma a rede pública de televisão TRT.
Ex-aliado do governo turco, o influente chefe religioso é acusado pelo governo de Erdogan de conspirar para derrubá-lo.
Erdogan havia dito em abril que iria pedir aos Estados Unidos a extradição de Gülen, mas isso só poderia ser feito com um mandado de prisão e provas de um crime produzido.
No domingo (14), a polícia turca deteve ao menos 24 pessoas, entre elas o editor-executivo de um dos principais jornais do país, o "Zaman", e diretores e produtores de canais de TV, além de policiais.
Todos são supostamente ligados a Gülen, que tem participação em grupos de imprensa.
CORRUPÇÃO
As autoridades turcas lançaram no fim de junho uma investida contra o movimento religioso de Gülen.
Erdogan o acusa de ter manipulado a investigação sobre um escândalo de corrupção no governo que envolveu políticos próximos ao presidente.
O escândalo levou à saída de quatro ministros e revelou gravações ilegais que acusavam Erdogan de estar envolvido no esquema.
Tribunais turcos arquivaram os casos de corrupção, e Erdogan tirou do aparato estatal os supostos partidários Gülen, removendo milhares de policiais e centenas de juízes e procuradores.