O governo grego condenou nesta segunda-feira o bombardeio por parte do governo líbio de um petroleiro suspeito no porto de Derna, um reduto islamita no leste do país, no qual um marinheiro grego e outro romeno morreram.
Atenas condenou o ataque, considerando-o um ato covarde e não provocado contra uma embarcação que mantinha um serviço regular entre dois portos líbios, segundo um comunicado.
"De acordo com a companhia de navegação, o barco operava contratado pela companhia petrolífera líbia e havia realizado a rota entre Marsa al-Brega e Derna por muitos anos sem nenhum problema", afirma o governo grego.
Um porta-voz das autoridades líbias admitiu anteriormente que a embarcação foi bombardeada no domingo pelas forças aéreas líbias, argumentando que ela se negou a parar para comprovar seu carregamento.
Segundo o porta-voz militar líbio Ahmed Mesmari, o petroleiro havia apagado suas luzes "como preparação para entrar no porto (...) e, por isso, o barco foi considerado suspeito".
Mas esta versão não convence o governo grego. Segundo a guarda-costeira da Grécia, o navio, com bandeira líbia, estava ancorado com 1.600 toneladas de petróleo em seus depósitos quando foi atacado.
O bombardeio também deixou dois feridos entre os 26 membros da tripulação, 21 deles filipinos. O governo grego "tomará as medidas necessárias com as autoridades líbias, apesar da situação instável, para ajudar a investigar as circunstâncias deste trágico evento, e identificar e punir os responsáveis pelo ataque".
A Líbia está afundada no caos desde a queda de Muanmar Kadhafi, em 2011, ao término de oito meses de conflito. O país está dirigido por dois parlamentos e dois governos rivais, um próximo aos milicianos islamitas do Fajr Libya e o outro, reconhecido pela comunidade internacional, com sede em Tobruk, perto da fronteira com o Egito.