Uma conferência sobre igualdade de gênero começa nesta quarta-feira na ONU com o objetivo de conseguir que os homens se comprometam na promoção dos direitos das mulheres. O encontro, organizado pela Islândia, leva embaixadores e autoridades das Nações Unidas a conversar sobre o que poderiam fazer os homens para deter a violência contra as mulheres e avançar na igualdade de gênero.
A Islândia, o primeiro país europeu que teve uma mulher presidente, pensou inicialmente em convidar exclusivamente homens para a conferência, mas por conta de críticas resolveu abrir algumas a agenda para mulheres também.
"É necessário envolver mais os homens", disse à AFP a embaixadora da Islândia na ONU Greta Gunnarsdottir. "Se você observa os encontros sobre a igualdade de gênero, onde quer que seja, a maioria é de mulheres no público". "O objetivo não é excluir as mulheres, mas incluir os homens", completou.
O encontro foi batizado de "Conferência da Barbearia", uma temática escolhida para criar um espaço em que os homens possam se expressar confortavelmente, inclusive na ONU, onde mais de 160 países dos 193 membros são representados por homens.
A conferência espera fortalecer a campanha HeForShe (Ele por ela), lançada no ano passado pela atriz britânica Emma Watson, que assinalou que os homens também se viam afetados por estereótipos de gênero e necessitam se expressar. Na sessão de quinta-feira, espera-se que os embaixadores anunciem os compromissos de seus governos para incentivar a participação dos homens nos debates sobre gênero.
A conferência acontece no momento em que a ONU comemora os 20 anos da Conferência de Pequim sobre Mulheres e estabeleceu como nova meta acabar com a desigualdade de gênero até 2030. "Quando falamos em envolver os homens nisto, é preciso entender que, se falamos de igualdade de gênero, necessitamos escutar e aprender com as mulheres", disse Todd Minerson, diretor da campanha White Ribbon, um movimento mundial para acabar com a violência de "meninos e homens contra as mulheres".
A Islândia, que encabeça a lista de países em igualdade de gênero diante da antes da Finlândia, Noruega, Suécia e Dinamarca, organiza a conferência junto ao Suriname, que está no 109° lugar da lista. Os organizadores desconhecem quantos países estarão representados na conferência.