Opositores sírios negociam antes de reunião com regime de Damasco

Reunião tem como objetivo reiniciar um diálogo de paz quase quatro anos depois do início da guerra civil na Síria
Da AFP
Publicado em 26/01/2015 às 10:44
Reunião tem como objetivo reiniciar um diálogo de paz quase quatro anos depois do início da guerra civil na Síria Foto: Foto: AFP


Os representantes da oposição síria começaram uma reunião em Moscou para preparar um encontro com representantes do governo sírio previsto para a próxima quarta-feira na capital russa.

O objetivo da reunião de quarta, promovida pela diplomacia russa, é reiniciar um diálogo de paz quase quatro anos depois do início da guerra civil na Síria, afirmou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mijail Bogdanov, citado pela agência Ria Novosti.

Ele confirmou a presença de 25 membros da oposição dos 30 previstos. Os membros da oposição tolerada pelo regime sírio de Bashar al Assad mantiveram as conversações de porta fechada na segunda-feira e na terça-feira em uma residência da chancelaria russa.

As negociações não contaram com a participação de toda a oposição, já que a Coalizão Nacional Síria, no exílio, disse que estas deverão ocorrer sob a supervisão das Nações Unidas e em um país neutro, não na Rússia. Moscou é um dos apoios de Assad.

Contudo, cinco membros participaram a título individual. Uma delegação do regime sírio, encabeçada pelo embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jafari, deve participar das negociações a partir desta quarta-feira, segundo o diário Al Watan.

Segundo o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, não há uma ordem do dia nem o estabelecimento de um acordo previsto. E a ausência de uma parte da oposição tempera o alcance destas conversas.

A delegação de Damasco espera que os participantes acordem um roteiro, que inclua a luta contra o terrorismo, as reconciliações a nível local e as conversações de um governo de união nacional, indicou à AFP uma fonte governamental síria da semana passada. 

Tanto a oposição no exílio como a interior querem falar de um governo de transição com o objetivo de encontrar uma saída da guerra, que já deixou 200.000 mortos.

A iniciativa de Moscou, aliado tradicional de Damasco, chega depois das negociações de paz de Genebra I em junho de 2012 e Genebra II em fevereiro de 2014, celebradas sob a supervisão da ONU e das grandes potências.

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