Ex-secretário-geral da Otan afirma que Putin poderia atacar um país báltico

Tratado do Atlântico Norte estipula que ataque contra o exército de um dos países membros 'será considerado um ataque contra todas as partes'
Da AFP
Publicado em 06/02/2015 às 7:42
Tratado do Atlântico Norte estipula que ataque contra o exército de um dos países membros 'será considerado um ataque contra todas as partes' Foto: Foto: AFP


O presidente russo, Vladimir Putin, tem ambições que vão além da Ucrânia e poderia atacar um país báltico para testar a determinação dos países ocidentais, afirmou o ex-secretário-geral da Otan Anders Fogh Rasmussen no jornal britânico The Daily Telegraph.

As declarações de Rasmussen coincidem com a visita a Moscou do presidente francês, François Hollande, e da chanceler alemã, Angela Merkel, para tentar convencer Putin a aceitar um novo plano de paz para o leste da Ucrânia, onde os combates se intensificaram nos últimos dias entre rebeldes pró-Rússia e as forças de Kiev.

"É preciso olhar além da Ucrânia. Putin quer devolver à Rússia sua posição de grande potência. Há muitas probabilidades de uma intervenção no Báltico para testar o artigo 5 da Otan", afirma Rasmussen.

O artigo 5 do tratado do Atlântico Norte estipula que um ataque contra o exército de um dos países membros "será considerado um ataque contra todas as partes" e que, em consequência, estas assistirão "parte ou as partes atacadas", usando a força se necessário.

"Putin sabe que será vencido se cruzar a linha vermelha e atacar um aliado da Otan. Mas é um especialista da guerra híbrida, que mistura diferentes tipos de operações para desestabilizar um Estado", completa Rasmussen. 

A situação na Ucrânia e a anexação da península da Crimeia pela Rússia em março de 2014 preocupam os três países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) que após décadas de ocupação soviética temem as ambições territoriais de Moscou.

Os três países, membros da Otan desde 2004, aumentaram os orçamentos militares nos últimos meses.

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