Merkel diz que busca garantir paz na Europa com acordo na Ucrânia

A França e a Alemanha se colocaram contra fornecer armas à Ucrânia, algo que o governo de Kiev vem pedindo nas últimas semanas
Da Folhapress
Publicado em 06/02/2015 às 14:03
A França e a Alemanha se colocaram contra fornecer armas à Ucrânia, algo que o governo de Kiev vem pedindo nas últimas semanas Foto: Foto: ODD ANDERSEN / AFP


A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira (6) que busca garantir a paz na Europa ao tentar negociar um acordo entre separatistas pró-Rússia e o governo da Ucrânia para dar fim ao conflito no leste do país.

Merkel e o presidente da França, François Hollande embarcam nas próximas horas para Moscou, onde se reunirão com o líder russo, Vladimir Putin. Na quinta (5), eles se encontraram com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, em Kiev.

Em entrevista coletiva em Berlim, ela disse que Alemanha e França usarão todo o poder da diplomacia para dar fim ao conflito, que deixou cerca de 5.300 mortos desde abril, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

"Estamos convencidos de que não há solução militar para este conflito, mas também sabemos que está completamente em aberto saber se vamos conseguir alcançar um cessar-fogo com estes diálogos", disse.

A França e a Alemanha se colocaram contra fornecer armas à Ucrânia, algo que o governo de Kiev vem pedindo nas últimas semanas. Nos últimos dias, membros do governo americano afirmam que a Casa Branca avalia atender o pedido.

A chefe de governo alemã negou que os dois pretendam oferecer mais território aos separatistas e disse que esta deve ser uma prerrogativa da Ucrânia.

Os rebeldes e a Rússia defendem que Donetsk e Lugansk, centro do conflito, tenham autonomia fiscal, econômica e cultural em relação ao governo de Kiev, que é contra a medida.

Em Paris, François Hollande disse que a intenção é alcançar um acordo duradouro, além do cessar-fogo já estabelecido por um documento assinado entre as duas partes do conflito durante reunião em Minsk, capital de Belarus, em setembro.

BIDEN

Em visita a Bruxelas nesta sexta, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a Ucrânia luta pela sobrevivência e disse ser necessário impedir que a Rússia redesenhe o mapa da Europa com a participação no conflito ucraniano.

Biden disse duvidar no compromisso de Vladimir Putin para dar fim à crise. "A Rússia continua aumentando a tensão do conflito enviando mercenários e tanques. Este é um momento em que os Estados Unidos e a Europa devem ficar juntos ao lado da Ucrânia".

Nesta sexta, os separatistas pró-Rússia e as autoridades ucranianas fizeram uma trégua nos combates para poder permitir a saída dos civis de Debaltseve, cidade da região de Donetsk que é alvo de uma ofensiva rebelde desde domingo (1º).

Segundo o porta-voz da República Popular de Donetsk, Eduard Basurin, cerca de mil civis deverão ser retirados pelas forças separatistas e serão levados em 30 ônibus para a cidade vizinha de Horlivka.

Ao mesmo tempo, o Exército ucraniano enviou outro comboio para levar refugiados a Slaviansk, cidade ainda dominada pelas autoridades de Kiev.

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