Egito e Rússia assinaram nesta terça-feira um acordo para construir a primeira central nuclear do Egito, anunciou o presidente egípcio Abdel Fatah al Sisi na presença de seu colega russo, Vladimr Putin.
"Os dois países assinaram um protocolo de entendimento para a construção de uma central nuclear para a produção de eletricidade na região de Dabaa", no norte do Egito, declarou Al Sissi à imprensa.
Putin iniciou na segunda-feira uma visita de dois dias ao Cairo para tentar reforçar a influência da Rússia no Egito, país que passa por um momento delicado com seu grande aliado, os Estados Unidos, pela sangrenta repressão da oposição local.
Os especialistas acreditam que o mais populoso dos países árabes, aliado tradicional de Washington, é um dos Estados em que a Rússia - isolada e criticada pela crise na Ucrânia - tenta avançar nos planos diplomático e econômico.
Esta visita de Estado é a primeira de Putin em dez anos. Em 2005, ele se reuniu no Cairo com o "rais" Hosni Mubarak, forçado a abandonar o poder no início de 2011 ao fim de uma revolta popular motivada pela Primavera Árabe.
Nos meses que se seguiram à destituição de Mursi, primeiro presidente democraticamente eleito no Egito, policiais e soldados mataram 1.400 manifestantes islamitas, além de prender mais de 15.000 partidários do ex-presidente.
Em 2013, as capitais ocidentais denunciaram a brutalidade da repressão, com Washington congelando sua ajuda militar ao país, que foi restaurada em 2014.