Pelo menos 71 pessoas morreram de peste em Madagascar, do total de 263 casos registrados desde seu ressurgimento na ilha em setembro passado, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesta quarta-feira (11).
A organização alerta para os riscos de propagação da doença em plena estação de chuvas. O distrito de Amparafaravola, situado nas montanhas centrais da ilha, foi a região mais afetada.
"Casos de peste pulmonar continuaram a ser registrados ao longo da primeira semana de janeiro", declarou a OMS, em um comunicado.
A peste é endêmica nessa grande ilha do Oceano Índico, ressurgindo quase todo ano desde 1980. A epidemia se mantém circunscrita e ainda inofensiva para os turistas, garantem as autoridades locais, que criticam, desde novembro, os cancelamentos de viagens.
Nos últimos três anos, o número de casos continuou a aumentar, tornando Madagascar o país mais atingido por essa doença em todo o mundo.
Embora a peste tenha registrado uma leve diminuição após o pico entre novembro e fim de dezembro de 2014, a OMS teme que a temporada de chuvas faça a doença durar até abril pelo menos.
Em meados de janeiro, a tempestade tropical Chedza deixou 68 mortos no país. As fortes precipitações também aumentaram o volume dos rios em bairros da capital, Antananarivo.
A OMS pediu às autoridades malgaches que permaneçam em alerta, especialmente depois da chegada da peste a algumas favelas da capital. Até o final de dezembro, 13 casos haviam sido registrados nessas comunidades.
A doença é transmitida por pulgas e afeta, sobretudo, ratos, mas os seres humanos também podem contrair a doença, se forem mordidos por uma pulga portadora.
A forma bubônica provoca febre alta e inchaço nos gânglios linfáticos, mas pode ser tratada com antibióticos. A versão pneumônica, que afeta os pulmões, pode ser transmitida de pessoa a pessoa através da tosse e mata em 24 horas.