Os investigadores da ONU sobre a Síria compartilharão com a justiça de alguns Estados "nomes e informações" relativas aos autores de crimes de guerra, para possibilitar julgamentos.
Desde o início das investigações em setembro de 2011, os especialistas da ONU decidiram manter as informações em sigilo, repassando apenas para o Tribunal Penal Internacional (TPI) uma vez determinada a acusação.
O presidente da comissão de investigação, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, explicou nesta terça-feira, ao apresentar o relatório mais recente sobre a Síria ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ficou decidido divulgar uma lista de nomes e dados sobre os criminosos de forma seletiva.
"Hoje não vamos tornar pública a lista de nomes, mas vamos compartilhar com as autoridades judiciais dos Estados que se preparam para julgar os supostos criminosos de guerra", disse.
"Incentivamos estas autoridades a entrar em contato para pedir informações", completou o brasileiro.
Até o momento, a ONU não apresentou o caso ao TPI, sobretudo pelo veto no Conselho de Segurança por parte da Rússia, grande aliado do regime sírio de Bashar al-Assad.
A comissão de investigação havia ameaçado publicar os dados compilados após quatro anos de guerra na Síria, mas alguns países advertiram sobre uma decisão contrária ao direito internacional, informaram fontes diplomáticas em Genebra.