O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reafirmou nesta quinta-feira seu apelo a uma solução negociada para a crise no Iêmen, e advertiu para as "repercussões regionais" do conflito naquele país.
"É preciso voltar às negociações políticas", afirmou Ban em entrevista coletiva, na qual expressou que "todas as partes devem participar de boa fé" e que "não há outra solução" para o conflito, no 15º dia dos bombardeios aéreos da coalizão liderada pela Arábia Saudita contra os rebeldes xiitas huthis.
O secretário-geral da ONU exortou as partes beligerantes a "proteger os civis e a permitir que os trabalhadores humanitários deem assistência vital com a total segurança aos necessitados".
"A última coisa que a região e o mundo precisam é de mais caos e crimes além dos que temos visto na Líbia e na Síria".
O Iêmen está mergulhado no caos em meio a uma campanha aérea saudita - iniciada em 26 de março - contra o avanço dos rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irã, o que obrigou o presidente iemenita Abd Rabbo Mansur Hadi a fugir do país.
Hadi, considerado o chefe de Estado legítimo pela ONU, está exilado na Arábia Saudita.
Ban Ki-moon considera que a tomada do poder por parte das milícias huthis, que conquistaram a capital Sanaa, representa uma "violação flagrante das resoluções do Conselho de Segurança".
Os ataques aéreos da coalizão liderada por Riad e os esforços dos huthis e de seus aliados para ampliar seu poder transformaram uma crise política interna em um conflito violento, que corre o risco de ter "repercussões regionais profundas e duradouras".