O papa Francisco celebra neste domingo uma missa particularmente delicada em memória dos armênios assassinados há 100 anos, criando muita expectativa sobre se pronunciará o termo genocídio, o que incomodaria muito a Turquia.
A liturgia, que será concelebrada pelo patriarca armênio Nerses Bedros XIX Tarmuni, com partes do rito católico armênio e a presença do presidente do país, Serzh Sargsyan, constitui um exercício diplomático arriscado por parte do pontífice argentino.
Grande parte do auditório espera que utilize o termo que os governos de Ancara se negam a pronuncia para descrever as matanças, mas pode que pode colocar em risco seus laços com um aliado potencial na luta contra o Islã radical cada vez mais perigoso para os cristãos da região.
Os armênios acreditam que 1,5 milhão de pessoas morreram entre 1915 e 1917, ao fim do Império Otomano. Muitos historiadores e mais de vinte países, entre eles França, Itália e Rússia, reconheceram o genocídio.
No entanto, a Turquia afirma que foi apenas uma guerra civil, na qual morreram entre 300.000 e 500.000 armênios e outros tantos turcos.
Em 2000, o papa João Paulo II assinou um comunicado conjunto com o patriarca armênio denunciando o "genocídio armênio". Mas nenhum papa pronunciou até agora a palavra genocídio para definir o drama armênio durante uma missa na basílica de São Pedro.