O vulcão Calbuco registrou duas violentas e surpreendentes erupções nas últimas horas, após meio século de inatividade, o que obrigou a retirada de quase 5.000 pessoas e deixou regiões turísticas do sul do Chile e da Argentina em suspense pelo alcance das cinzas.
Depois de permanecer inativo por 54 anos, o vulcão expeliu gigantescas colunas de gases e material incandescente, que provocaram espanto nas cidades de Puerto Montt, Puerto Varas e localidades próximas, 1.300 km ao sul de Santiago.
A área recebe muitos turistas de todo o mundo graças seus lagos, rios e abundante vegetação, cercada por vulcões.
"As pessoas tinham mais expectativa que temor e se aproximaram das margens do lago Llanquihue, onde fizeram fotografias", disse à AFP Álvaro Ascencio, que mora na região.
"Eu vim como turista ao Chile para passa três meses, mas não esperava isto. A erupção foi incrível. Minhas férias estão pagas com o espetáculo do Calbuco", disse Cody Fritz, um turista americano de 30 anos.
Em Puerto Varas, o comércio e as outras atividades estavam relativamente normais nesta quinta-feira, mas com todos de olho no vulcão, que fica a 40 km de distancia.
A primeira erupção aconteceu às 18H00 de quarta-feira e a segunda sete horas depois.
O primeiro fenômeno durou quase 90 minutos e teve nível entre 4-5, em uma escala vai de 0 a 8. O segundo prosseguiu até 8H40 desta quinta-feira, segundo o Serviço Nacional de Geologia e Minas (Sernageomín).
As autoridades não descartam uma terceira erupção nas próximas horas.
"Não sabemos como vai evoluir. É bastante imprevisível", disse a presidente Michelle Bachelet, que visitará a região nas próximas horas.
As autoridades ordenaram a retirada de 5.000 pessoas das imediações do vulcão.
Até o momento, o despertar do Calbuco não provocou vítimas. Apenas uma pessoa é considerada desaparecida.