Falta de acordo na ONU gera temor sobre situação humanitária no Iêmen

Após cinco semanas de intervenção militar, o programa de assistência aos civis ainda não se materializou
Da AFP
Publicado em 01/05/2015 às 21:50
Após cinco semanas de intervenção militar, o programa de assistência aos civis ainda não se materializou Foto: Foto: SALEH AL-OBEIDI / AFP


Os membros do Conselho de Segurança da ONU não conseguiram entrar em acordo nesta sexta-feira (1º) sobre um projeto russo que previa pausas humanitárias entre os beligerantes no Iêmen, onde a falta de combustíveis ameaça a distribuição de ajuda.

No terreno, os combates entre os rebeldes xiitas e as forças leais ao presidente no exílio continuam, sob os ataques da coalizão liderada pela Arábia Saudita, que busca conter o avanço dos rebeldes.

Após cinco semanas de intervenção militar, o programa de assistência aos civis ainda não se materializou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu na quinta-feira (30) que a falta de combustíveis ameaçava frear "em dias" as operações humanitárias e disse que o abastecimento deve ser retomado imediatamente.

Nesta sexta-feira, o Conselho de Segurança não conseguiu alcançar um acordo sobre a proposta de Moscou de estabelecer tréguas humanitárias.

"No mínimo, precisamos de pausas humanitárias regulares para facilitar a entrega de ajuda humanitária", disse o embaixador russo, Vitali Churkin, a jornalistas.

"Apoiamos plenamente o fornecimento sem entraves de ajuda humanitária ao Iêmen, inclusive pausas humanitárias para permitir a entrada de alimentos, remédios ou combustíveis no país", explicou uma autoridade americana que pediu para ter a identidade preservada. Mas responsabilizou os milicianos xiitas huthis pela crise humanitária e pelo bloqueio político.

Um diplomata ocidental destacou que os outros membros do Conselho não rechaçaram o projeto russo, mas disseram que precisariam de mais tempo para se pronunciar.

O conflito no Iêmen já deixou mais de 1.244 mortos e 5.044 feridos desde 19 de março, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que revisou para cima o balanço anterior, de 1.200 vítimas do conflito.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima em mais de 12 mil o número de pessoas deslocadas para o Djibuti e a Somália.

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