Uma reunião em Minsk para fazer avançar os acordos de paz para o leste separatista pró-russo da Ucrânia foi adiada para uma data posterior, com Kiev acusando Moscou de "minar" as conversações.
O grupo de contato composto por representantes de Ucrânia, Rússia e OSCE, que deveriam se reunir na capital bielorrussa com os separatistas pró-russos, "decidiu adiar sua reunião para uma data posterior", anunciou à imprensa Heidi Tagliavini, representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
A agência Interfax-Ucrânia citou "uma fonte" ucraniana, acusando o representante russo de ser responsável pelo fracasso das negociações.
Esta agência é geralmente muito bem informada sobre a posição do negociador da Ucrânia, Leonid Kuchma.
"O representante russo Azamat Kulmukhametov deixou a reunião. A Rússia minou as negociações", disse a fonte, acusando Moscou de tentar "rever" os acordos de Minsk, assinados em fevereiro com a mediação do presidente francês, François Holland,e e da chanceler alemã, Angela Merkel, na presença do presidente russo, Vladimir Putin.
O emissário da república separatista da Donetsk, Denis Puchiline, descreveu a reunião em Minsk de "difícil", citando "diferenças relacionadas aos procedimentos", sem dar mais detalhes.
O representante da república rebelde de Lugansk, Vladislav Deïnego, indicou por sua vez que nenhum resultado "definitivo" foi alcançado durante a reunião nesta manhã dos subgrupos.
O grupo de contato deveria fazer um balanço nesta terça-feira à tarde do trabalho dos subgrupos sobre os aspectos econômicos, políticos, humanitários e de segurança dos acordos.
O encontro entre os subgrupos "correu bem", estimou Tagliavini, que detalhou a discussão sobre a organização de eleições nas regiões do leste separatista e a retirada das armas pesadas da linha de frente.
De acordo com uma fonte próxima às negociações, a próxima reunião poderia acontecer no dia 16 de junho.
As negociações de paz sobre a Ucrânia foram retomadas em Minsk em 6 de maio em meio a novas tensões no terreno, onde um conflito armado entre as forças ucranianas e rebeldes já custou mais de 6.400 vidas desde abril de 2014.
Desde então, subgrupos reuniram-se várias vezes para contribuir para a solução definitiva da crise ucraniana e a plena aplicação do acordo de cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro em Minsk.
Globalmente respeitado desde sua entrada em vigor, em 15 de fevereiro, o cessar-fogo continua frágil e combates esporádicos continuam a fazer vítimas quase diariamente.