O Conselho de Segurança da ONU criticou nesta quarta-feira (3) a decisão do Sudão do Sul de expulsar Toby Lanzer, o coordenador humanitário da organização no país, e estimou que a decisão do governo de Juba era contrária aos interesses de seu povo.
Lanzer foi declarado persona non grata em 29 de maio depois de afirmar que o país estava prestes a entrar em colapso após 18 meses de um conflito sangrento.
O Conselho de Segurança observou que a expulsão de seu emissário ocorreu após um aviso do Programa Alimentar Mundial (PAM), no sentido de que o Sudão do Sul estava à beira da maior fome desde a sua independência em 2011.
Esta decisão "mostra a indiferença à miséria em que o povo do Sudão do Sul se encontra e o papel fundamental da comunidade internacional, em particular as Nações Unidas, é tentar resolver esta crise humanitária e oferecer esperança para o povo", declarou o Conselho em uma declaração aprovada por unanimidade.
O corpo de 15 membros disse que iria impor sanções a todos aqueles que ameaçam a paz e a estabilidade do Sudão do Sul.
O conflito sul-sudanês começou em dezembro de 2013, dois anos após o país conquistar sua independência graças, entre outras coisas, ao apoio dos Estados Unidos. Os combates tiveram início quando o presidente Salva Kiir acusou Riek Machar, seu então vice-presidente, de tentar derrubá-lo.
Desde então, a guerra devastou a nação mais jovem do mundo causando dezenas de milhares de mortos e obrigando ao menos dois milhões de pessoas a abandonar suas casas. Mais da metade dos 12 milhões de habitantes necessitam de ajuda para sobreviver, segundo a ONU, que acolhe 100.000 pessoas em seus campos de deslocados.