Oito dos 10 paquistaneses suspeitos do ataque que deixou gravemente ferida a ativista Malala Yousafzai em 2012 foram libertados por falta de provas, anunciaram as autoridades.
Em abril, autoridades militares anunciaram que 10 homens suspeitos de participação no ataque foram condenados à prisão perpétua por um tribunal de Mingora, capital do distrito de Swat (norte do Paquistão), onde aconteceu o crime contra a vencedora do Nobel da Paz.
Mas nesta sexta-feira, Salim Khan Marwat, chefe de polícia de Swat, afirmou à AFP que, ao contrário do primeiro anúncio, apenas dois suspeitos foram condenados. Os outros foram inocentados e libertados por "falta de provas".
Azad Khan, inspetor geral adjunto de Malakand, região na qual se encontra Swat, confirmou as informações e disse que o processo foi supervisionado pelo exército. Mas uma fonte militar de Mingora desmentiu o anúncio e acusou a polícia de mentir, antes de reiterar que os 10 acusados foram condenados.
Malala foi atingida por um tiro na cabeça em outubro de 2012 em um ataque cometido por rebeldes talibãs que sequestraram um ônibus escolar. O ataque transformou a jovem em uma celebridade mundial e ela venceu em 2014 o Prêmio Nobel da Paz.
O homem suspeito de ter atirado contra Malala, Ataullah Khan, fugiu para o Afeganistão, segundo as autoridades, com o objetivo de unir-se ao líder dos talibãs paquistaneses, o mulá Fazlullah, que financiou o ataque.
O exército do Paquistão anunciou a detenção dos 10 suspeitos em setembro de 2014, durante uma entrevista coletiva na qual os ativistas dos direitos humanos expressaram dúvidas sobre a culpa dos detidos.