Mianmar prendeu 93 pessoas acusadas de tráfico de seres humanos este ano, mas nenhuma detenção aconteceu no estado de Rakhine, de onde milhares de rohingyas fugiram nos últimos meses, informa a imprensa do país. O jornal Global New Light of Myanmar publicou o balanço de 93 pessoas detidas nos últimos cinco meses relacionadas com o tráfico de seres humanos.
"Muitas vítimas birmanesas foram vendidas para casamentos forçados na China e trabalhos forçados na Tailândia", disse o capitão da polícia Min Naing ao jornal. A maior parte dos casos foi descoberta no estado oriental de Shan, perto da fronteira com Tailândia, Laos e China. O jornal afirma que não foram registrados este ano casos de tráfico de seres humanos no estado de Rakhine.
Os grupos de defesa dos direitos humanos e observadores internacionais afirmam que Rakhine é um importante centro de tráfico de pessoas. A empobrecida região ocidental do país, na fronteira com Bangladesh, é cenário de tensão entre a maioria budista e a minoria muçulmana rohingya, que vive em campos de deslocados desde os distúrbios de 2012.
Mianmar se nega a reconhecer como cidadãos a maioria dos 1,3 milhão de rohingyas, que sofrem uma série de restrições, incluindo quanto ao tamanho da família, os deslocamentos ou o acesso a postos de trabalho, pois são considerados migrantes ilegais bengaleses. A ONU considera os rohingyas como uma das minorias mais perseguias do mundo.