Um gendarme malinês foi morto em um ataque, que teria sido cometido por jihadistas, contra as forças de segurança no sul do país, perto da Costa do Marfim e de Burkina Faso.
É a primeira vez que um ataque é lançado nessa região fronteiriça.
Desde o início do ano, os ataques jihadistas, com confrontos entre grupos pró-governo e rebeldes, estenderam-se do norte ao centro do país, mas ainda não haviam chegado a essa zona do extremo-sul do Mali.
Esse ataque aconteceu a dez dias da ratificação prevista, por parte da rebelião de maioria tuaregue, do acordo de paz já firmado em 15 de maio, em Bamako, pelo governo e pela mediação internacional. Com esse acordo, os jihadistas seriam definitivamente isolados. Desde 2012, eles transformaram o norte do país em sua base de operações no Sahel.
Em nota, os rebeldes da Coordenação de Movimentos do Azawad denunciaram uma "flagrante violação" dos "acordos em matéria de segurança", assinados em 5 de junho, em Argel, junto com o governo. Os rebeldes advertiram que a expectativa de se chegar "à assinatura do acordo nos prazos previstos" pode ficar comprometida.
No sul, por volta das 2h locais (23h em Brasília), cerca de 30 homens armados tomaram de assalto, nesta quarta-feira, o campo militar e os postos da polícia de fronteira e da gendarmeria na cidade de Miseni. Deixaram a área três horas depois.
Segundo nota do Ministério malinês da Defesa, os agressores tinham armas automáticas e chegaram "de moto, atacando esses postos ao mesmo tempo, aos gritos de 'Alahu akbar' (Deus é maior)!".
Um militar malinês foi morto, e outros dois ficaram feridos, acrescentou o Ministério, destacando que uma "bandeira com as cores e os símbolos do Ansar Dine foi encontrada no lugar". O governo se refere, assim, a um grupo jihadista do norte do país.