O ex-ministro iraquiano das Relações Exteriores Tarek Aziz foi sepultado este sábao em Madaba, sudoeste de Amã, na presença de centenas de iraquianos e jordanianos.
Sua família conseguiu um acordo para poder enterrá-lo na Jordânia.
Aziz, a voz do líder Saddam Hussein no exterior, morreu no último dia 5, aos 79 anos, em um hospital no sul do Iraque, depois de ter passado anos na prisão.
Nomeado ministro das Relações Exteriores em 1983, cargo que exerceu até 1991, foi designado neste mesmo ano vice-premiê.
Leal a Saddam Hussein até sua queda em 2003, Aziz se entregou por conta própria aos americanos após a invasão do Iraque em março de 2003 e foi condenado à morte sete anos depois.
Ele faleceu em decorrência de um ataque cardíaco.
Tariq Aziz sofria há muito tempo com problemas cardíacos e respiratórios, pressão alta e diabetes.
Em 2011, o ex-ministro pediu ao então primeiro-ministro Nuri al-Maliki para acelerar sua execução devido a sua saúde precária.
Poucas informações foram divulgadas sobre os anos em que passou na prisão. Alguns falaram de dois ataques cardíacos, o segundo tendo sido causado por uma greve de fome de três dias.
Tariq Aziz foi condenado à morte em 2010 depois de ter sido considerado culpado de "assassinato deliberado e crimes contra a humanidade" pela repressão aos partidos religiosos na década de 1980. Ele também foi condenado a várias penas de prisão por outras acusações.
Tariq Aziz era o único cristão no círculo íntimo de Saddam e um dos líderes iraquianos mais conhecidos em todo o mundo.
Muito presente nos meios de comunicação internacionais, era conhecido por seus óculos de lentes grossas e disposição impecável.
Aziz entrou no final dos anos 50 no partido Baath, uma organização clandestina que então lutava contra a monarquia apoiada pelos britânicos.
Quando os baathistas chegaram ao poder após o golpe de Estado de 1968, Tariq Aziz foi subindo a escada do poder até alcançar, em 1977, a chefia do Conselho de Comando da Revolução.
Em 1979 uniu definitivamente seu destino ao de Saddam Hussein, quando o até então vice-presidente se tornou chefe de Estado.
Sem ser um ator central, foi cúmplice de toda a brutalidade do regime, da eliminação de opositores políticos até os massacres de curdos e xiitas.