O presidente dos EUA, Barack Obama, expressou nesta quinta-feira (18) "raiva" em relação ao ataque "sem sentido" em uma igreja da comunidade negra na África do Sul.
"Dizer que nossos pensamentos e preces estão com eles [as vítimas] e suas famílias e suas comunidades não é o suficiente para expressar a mágoa, a tristeza e a raiva que sentimos", disse.
Para Obama, é particularmente desolador que o ataque tenha acontecido em um local de culto.
Segundo o líder americano, os americanos precisam confrontar o fato de que incidentes de violência com arma não acontecem em outros países desenvolvidos.
"Agora é o momento de vivenciar o luto e o processo de cura, mas sejamos claros: em algum momento nós, como país, teremos de encarar o fato de que esse tipo de violência em massa não acontece em outros países desenvolvidos", disse.
Em uma declaração na Casa Branca, Obama contou que ele e sua mulher, Michelle, conheciam o reverendo Clementa Pinckney, pastor da histórica igreja afro-americana em Charleston.
Pinckney é uma das nove vítimas deixadas no ataque a tiros lançado na noite de quarta-feira (17).
Por repetidas vezes durante sua Presidência, Obama teve se desempenhar o papel do líder que oferece palavras de conforto após ataques a tiros.
Depois de um atirador atacar em 2012 uma escola em Newtown, Connecticut, o presidente lançou uma agressiva iniciativa pelo controle de armas, mas seus esforços acabaram fracassando no Congresso.
A Constituição dos EUA protege o direito de portar armas, mas há divergências políticas sobre a abrangência desses direitos.
Obama, parecendo melancólico e frustrado, lembrou que fez declarações similares como esta quinta muitas outras vezes anteriormente.
Apesar de não ter todos os fatos, afirmou, parece clara que inocentes foram mortos porque uma pessoa não encontrou dificuldades em encontrar uma arma.
"Isso não acontece em outros países com o mesmo tipo de frequência. E está no nosso poder fazer algo sobre isso", afirmou.
Apesar da declaração, é improvável que Obama lance outra iniciativa por uma legislação de controle de armas com apenas um ano e meio para terminar seu mandato e com a próxima campanha presidencial já em andamento.