O diretor de fato da segurança nacional do Burundi e braço direito do presidente Pierre Nkurunziza, o general Adolphe Nshimirimana, morreu neste domingo (2) em Bujumbura em um ataque com foguetes dirigido contra seu veículo. O assassinato do homem que era considerado o número dois do regime provoca os temores de uma nova escalada de violência.
O general Nshimirimana, ex-comandante do Estado-Maior, morreu depois que seu veículo foi atingido por dois foguetes e posteriormente alvo de tiros, afirmaram testemunhas. A polícia anunciou sete detenções, sem revelar detalhes. A morte foi confirmada pelo diretor de comunicação da presidência, Willy Nyamitwe.
"Perdi um irmão, um companheiro de luta. A triste realidade é que o general Adolphe Nshimirimana não está mais neste mundo", escreveu no Twitter. Para o governo, a morte do oficial, amigo íntimo de Nkurunziza, representa um duro golpe.
"A situação é muito grave. O general Adolphe era alguém indispensável no sistema. Estamos tentando administrar a situação, mas não é fácil. Nossos jovens querem se vingar", afirmou à AFP um funcionário da presidência. "Acabam de declarar guerra e vão ter", advertiu um general do exército do país que pediu anonimato.
A morte de Nshimirimana acontece uma semana depois da proclamação da vitória de Pierre Nkurunziza para um terceiro mandato presidencial, uma situação criticada pela oposição, a sociedade civil e vários países ocidentais, o que provocou uma grave crise política no país.