Oposição venezuelana exclui partido por risco de abrigar chavistas infiltrados

A decisão foi tomada depois que o Tribunal Supremo de Justiça determinou a deposição dos cinco diretores do Copei na sexta
Da Folhapress
Publicado em 05/08/2015 às 21:38
A decisão foi tomada depois que o Tribunal Supremo de Justiça determinou a deposição dos cinco diretores do Copei na sexta Foto: Foto: Carlos Barrios/ ABI


A coalizão opositora venezuelana Mesa de Unidade Democrática expulsou nesta quarta-feira (5) o partido Copei para evitar a infiltração de aliados do presidente Nicolás Maduro na chapa que disputará a eleição de dezembro.

A decisão foi tomada depois que o Tribunal Supremo de Justiça determinou a deposição dos cinco diretores do Copei na sexta (31). A corte impôs a entrada de um militante chavista e de dois funcionários do governo na cúpula.

O secretário-executivo da coalizão, Jesús Torrealba, considera que, se fosse mantida, a agremiação excluída seria uma porta aberta para a infiltração de chavistas entre os candidatos da oposição.

"Dessa forma, o Copei está fora da MUD para fazer uma espécie de cordão sanitário, evitar que esta intromissão dos governistas consigam penetrar nas listas [de candidatos] da unidade."

Torrealba ainda fez menção a uma das determinações da Justiça em relação ao partido excluído. A sentença obriga o partido a submeter todas as candidaturas à aprovação da mesa diretora, que agora tem maioria chavista.

O Copei ficou em terceiro lugar nas primárias da oposição, ocorridas em maio, e conseguiu 27 vagas na coalizão. Se a decisão for mantida, os espaços deverão ser preenchidos por outros membros da coalizão.

O presidente da nova diretoria do partido, Pedro Urrieta, criticou a expulsão e jurou lealdade à MUD, embora tenha criticado o tom usado pelos seus dirigentes para se referir ao Copei.

"Temos a suficiente responsabilidade para atuar de forma correta e conseguir um grande acordo para tornar real a mudança. Não queremos desavenças ou enfrentamentos", disse.

MARÍA CORINA

Desde o início da campanha, a oposição enfrenta problemas para formar sua lista. No mês passado, a Controladoria-Geral tornou inelegível os dirigentes do Vontade Popular Daniel Ceballos e Enzo Scarano, presos acusados de incitação à violência nos protestos contra Nicolás Maduro em 2014.

Outra dor de cabeça da oposição é o substituto da deputada cassada María Corina Machado. Ela foi considerada pela Controladoria-Geral inelegível por um ano devido a um suposto erro em sua declaração de imposto de renda.

A MUD quer conceder o terceiro posto da lista para a candidata sugerida por María Corina, Isabel Pereira, enquanto a deputada cassada não abre mão o segundo. O titular da lista é o dirigente do Vontade Popular Freddy Guevara.

A inscrição de candidaturas para a eleição parlamentar termina na próxima sexta (7), embora as coalizões tenham até setembro para mudar seus candidatos. Na Venezuela, os postulantes são colocados em listas distritais.

Nesta terça, o governista Partido Socialista Unido da Venezuela formalizou a candidatura à Assembleia Nacional da mulher do presidente Nicolás Maduro, Cilia Flores, para uma vaga pelo Estado de Cojedes.

TAGS
Nicolás Maduro oposição venezuela
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory