Mãe e irmã de promotor morto são interrogadas pela Justiça na Argentina

Ela são investigadas em uma causa paralela, que apura supostas operações de lavagem de dinheiro feitas por Nisman
Da Folhapress
Publicado em 28/08/2015 às 18:30
Ela são investigadas em uma causa paralela, que apura supostas operações de lavagem de dinheiro feitas por Nisman Foto: Foto: Marcelo Capece/ AFP


A mãe e a irmã do promotor argentino Alberto Nisman, que apareceu morto em janeiro deste ano em um caso ainda sem solução, foram intimadas a depor na Justiça nesta sexta-feira (28).

Ela são investigadas em uma causa paralela, que apura supostas operações de lavagem de dinheiro feitas por Nisman.

A suspeita apareceu quando a ex-mulher do promotor, a juíza Sandra Arroyo Salgado, revelou a existência de uma conta corrente, em nome de Nisman, no banco americano Merril Lynch, no valor de US$ 667 mil.

Além do promotor, seriam beneficiários da conta a sua mãe, Sara Garfunkel, sua irmã, Sandra Nisman, e o seu assistente, Diego Lagomarsino.

Salgado desconfia que a morte de Nisman poderia ter sido motivada por questões financeiras.

Lagomarsino foi a última pessoa a ver Nisman com vida. Ele admitiu ter emprestado a arma que matou o promotor, mas nega envolvimento com a sua morte. Segundo sua versão, Nisman lhe pediu o revólver porque queria proteger sua família e não confiava em sua escolta oficial.

A promotoria ainda não chegou a uma conclusão sobre se Nisman foi vítima de um assassinato ou se suicidou.

Ele acusava a presidente Cristina Kirchner e aliados de proteger suspeitos iranianos responsáveis pelo atentado à bomba contra a entidade judaica Amia, em 1994, em Buenos Aires. Oitenta e cinco pessoas morreram na explosão.

Com a decisão desta sexta (28), além das parentes de Nisman, serão interrogados Lagomarsino e o empresário Alejandro Picón, dono do Audi Q3 que o promotor usava quando apareceu morto. Eles deverão se apresentar à Justiça na próxima semana.

O juiz que conduz a investigação, Rodolfo Canicoba Corral, desconfia que a conta nos EUA e as propriedades em nome de Nisman não sejam compatíveis com o salário que recebia o promotor.

A acusação sobre o suposto enriquecimento de Nisman foi utilizada pelo governo para desqualificar a denúncia após a morte do promotor. O caso contra Cristina Kirchner acabou arquivado pela Justiça.

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