A mãe e a irmã do promotor argentino Alberto Nisman, que apareceu morto em janeiro deste ano em um caso ainda sem solução, foram intimadas a depor na Justiça nesta sexta-feira (28).
Ela são investigadas em uma causa paralela, que apura supostas operações de lavagem de dinheiro feitas por Nisman.
A suspeita apareceu quando a ex-mulher do promotor, a juíza Sandra Arroyo Salgado, revelou a existência de uma conta corrente, em nome de Nisman, no banco americano Merril Lynch, no valor de US$ 667 mil.
Além do promotor, seriam beneficiários da conta a sua mãe, Sara Garfunkel, sua irmã, Sandra Nisman, e o seu assistente, Diego Lagomarsino.
Salgado desconfia que a morte de Nisman poderia ter sido motivada por questões financeiras.
Lagomarsino foi a última pessoa a ver Nisman com vida. Ele admitiu ter emprestado a arma que matou o promotor, mas nega envolvimento com a sua morte. Segundo sua versão, Nisman lhe pediu o revólver porque queria proteger sua família e não confiava em sua escolta oficial.
A promotoria ainda não chegou a uma conclusão sobre se Nisman foi vítima de um assassinato ou se suicidou.
Ele acusava a presidente Cristina Kirchner e aliados de proteger suspeitos iranianos responsáveis pelo atentado à bomba contra a entidade judaica Amia, em 1994, em Buenos Aires. Oitenta e cinco pessoas morreram na explosão.
Com a decisão desta sexta (28), além das parentes de Nisman, serão interrogados Lagomarsino e o empresário Alejandro Picón, dono do Audi Q3 que o promotor usava quando apareceu morto. Eles deverão se apresentar à Justiça na próxima semana.
O juiz que conduz a investigação, Rodolfo Canicoba Corral, desconfia que a conta nos EUA e as propriedades em nome de Nisman não sejam compatíveis com o salário que recebia o promotor.
A acusação sobre o suposto enriquecimento de Nisman foi utilizada pelo governo para desqualificar a denúncia após a morte do promotor. O caso contra Cristina Kirchner acabou arquivado pela Justiça.