Não sou racista, diz cinegrafista húngara flagrada chutando refugiados

Ela pediu desculpas pelo ocorrido e afirmou ter sido tomada pelo pânico naquele momento
Da Folhapress
Publicado em 11/09/2015 às 12:01
Ela pediu desculpas pelo ocorrido e afirmou ter sido tomada pelo pânico naquele momento Foto: Foto: Reprodução


A cinegrafista húngara Petra Laszlo, flagrada na última terça-feira (8) chutando duas crianças refugiadas e fazendo um homem cair enquanto eles corriam da polícia na cidade de Roszke, pediu nesta sexta (11) desculpas pelo ocorrido e afirmou ter sido tomada pelo pânico naquele momento.

A declaração ocorreu após a Promotoria húngara ter aberto um processo criminal contra ela na quinta (10).

Por meio do jornal "Magyar Nemzet", alinhado à direita, a cinegrafista publicou uma carta em que disse ter ficado surpresa por suas próprias ações ao ver as imagens. Laszlo rejeitou acusações de que seja racista ou xenófoba.

"A câmera estava gravando, centenas de migrantes romperam o cordão policial e um deles correu em minha direção. Fiquei assustada", escreveu, segundo informações do jornal britânico "The Guardian". "Então algo tomou conta de mim. Pensei que estava sendo atacada e que tinha que me proteger. É difícil tomar boas decisões quando em pânico."

"Eu não sou uma pessoa sem coração, racista e que chuta crianças. Eu não mereço a caça às bruxas política que estou sofrendo", disse na carta. "Eu sou apenas uma mãe desempregada com filhos pequenos que tomou uma decisão ruim. Peço muitas desculpas."

Após o vídeo mostrando o comportamento de Laszlo ser divulgado no Twitter, a cinegrafista foi demitida do canal N1TV. A emissora é aliada do partido de extrema direita Jobbik, que defende ideias neonazistas, antissemitas e anti-imigração. A agremiação é a terceira maior do Parlamento e faz oposição ao primeiro-ministro Viktor Orban.

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