Em evento no Tadjiquistão nesta terça (15), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu sua estratégia de apoio ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad.
"Apoiamos o governo sírio em sua luta contra a agressão terrorista. Havíamos proposto e continuaremos oferecendo uma ajuda militar técnica", declarou Putin em Duchambe, durante a cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, entidade que congrega várias ex-repúblicas soviéticas.
Putin não se pronunciou, porém, sobre a acusação dos EUA de que os russos estão construindo uma base aérea dentro da Síria -o que iria além dos contratos de entrega de armamento assinados com Damasco, que tem na Rússia um de seus principais aliados.
O presidente russo afirmou ainda que a maioria dos migrantes sírios que tentam chegar à Europa foge de grupos radicais como o EI (Estado Islâmico), e não dos bombardeios do Exército sírio.
Para Putin, se a Rússia deixar de dar seu apoio a Assad, a situação na Síria ficará "pior que a da Líbia" -país às voltas com conflitos entre milícias desde a queda do ditador Muammar Gaddafi, em 2011- e o fluxo de refugiados para a Europa será ainda maior.
REAÇÃO DOS EUA
Logo após o presidente russo defender sua ajuda aos sírios, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ligou para o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, informou um porta-voz do Departamento de Estado.
É o terceiro telefonema de Kerry a Lavrov em dez dias. Sob anonimato, uma fonte no governo americano confirmou à agência de notícias Associated Press que o assunto da conversa foi a Síria.
Para Washington, a intensificação da presença russa e de seu apoio a Assad prolongará a guerra civil síria, que já dura mais de quatro anos.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o presidente Barack Obama pode conversar com Putin nos próximos dias e não descarta uma reunião entre os dois durante a Assembleia-Geral da ONU, no final deste mês.
"Já deixamos claro que aumentar o apoio, militar ou de outro modo, ao regime de Assad é desestabilizador e contraproducente, principalmente porque ele perdeu a legitimidade para liderar a Síria", declarou Earnest.