No Chile, Bachelet descartar renunciar, apesar de baixa popularidade

A popularidade da presidente está em apenas 22%, a mais baixa neste mandato e no anterior dela, entre 2006 e 2010
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 23/09/2015 às 12:23
A popularidade da presidente está em apenas 22%, a mais baixa neste mandato e no anterior dela, entre 2006 e 2010 Foto: Foto: VLADIMIR RODAS /AFP


A presidente chilena, Michelle Bachelet, rebateu nesta quarta-feira os rumores sobre a possibilidade de que poderia deixar o posto diante de sua baixa popularidade, afirmando que não tem razões para isso nem deseja dar esse passo. A popularidade da presidente está em apenas 22%, a mais baixa neste mandato e no anterior dela, entre 2006 e 2010.

"Eu sugiro a todos que não deem ouvidos aos rumores e me parece muito ruim para o país que se invente esse tipo de coisa", afirmou Bachelet em entrevista ao canal de televisão Mega. "Não vejo razão para renunciar nem quero renunciar."

Bachelet terminou seu primeiro mandato com 83% de apoio popular. A queda na popularidade dela, porém, ganhou força em fevereiro, quando foi revelado que seu filho e a nora aproveitaram um empréstimo bancário pouco usual de US$ 10 milhões, com o qual compraram terras agrícolas depois vendidas a US$ 15 milhões.

A presidente demorou a condenar a especulação imobiliária do filho, Sebastián Dávalos, e da nora, Natalia Compagnon, dona da empresa Caval, que realizou esse e outros negócios. O casal se recusou a falar em uma comissão da Câmara dos Deputados e só compareceu ante um promotor, que investiga o suposto uso de informação privilegiada e tráfico de influência.

Neste mês, foi revelado que Dávalos, que liderava as organizações culturais do governo, ocupando um escritório no palácio presidencial, antes de deixar o posto fez com que o pessoal do setor de informática apagasse as informações do disco rígido de seu computador de trabalho. 

Na entrevista, Bachelet também desmentiu que tenha problemas de saúde, dizendo estar "superbem". Ela disse apenas tomar um remédio para a hipertensão e aspirina "porque tive um aneurisma [em 2002] e serve para o coração".

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