Na ONU, papa diz que a ganância prejudica o ambiente e os pobres

Segundo ele, agências internacionais não devem submeter países pobres a "sistemas de crédito opressivos"
Da Folhapress
Publicado em 25/09/2015 às 11:48
Segundo ele, agências internacionais não devem submeter países pobres a "sistemas de crédito opressivos" Foto: Foto: AFP


Em discurso proferido na manhã desta sexta-feira (25) na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, o papa Francisco disse a líderes mundiais que a ganância leva à exploração do ambiente e à exclusão dos mais pobres.

"A egoísta e desenfreada sede de poder e de prosperidade material leva ao mau uso de recursos naturais e à exclusão dos fracos e desprovidos", disse o pontífice argentino em espanhol, sua língua nativa.

O papa também afirmou que agências internacionais não devem submeter países pobres a "sistemas de crédito opressivos".

No discurso, Francisco abordou temas como a necessidade da paz, o dilema dos refugiados, desigualdade, ambiente e perseguição religiosa.

A presidente Dilma Rousseff estava entre os chefes de Estado que acompanharam o discurso do papa.

Antes do pronunciamento, o chefe da Igreja Católica encontrou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e assinou seu livro de visitas. É a quinta vez que um papa visita a ONU.

Em um breve discurso dirigido a 400 funcionários da ONU, Francisco agradeceu seus interlocutores por tornarem possível "muitas das iniciativas diplomáticas, culturais, econômicas e políticas" da instituição.

"Eu abençoo vocês, vou rezar por vocês e suas famílias. Peço que rezem por mim e, caso vocês não creiam [em Deus], peço que me queiram bem", disse o papa, em inglês, sob aplausos e risos da plateia.

Pouco antes da chegada do papa, foi hasteada pela primeira vez a bandeira do Vaticano diante da sede da organização sem cerimônias.

A Assembleia Geral aprovou recentemente que fossem içadas as bandeiras dos dois Estados observadores da ONU, Vaticano e Palestina, ao lado das flâmulas dos 193 Estados membros.

AGENDA

Após seu discurso na ONU, Francisco deve encontrar familiares das vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 e fará um culto ecumênico no memorial construído no local onde caíram as duas torres gêmeas, atacadas por terroristas da Al Qaeda.

Depois, o papa deve se reunir com estudantes e imigrantes em uma escola no bairro latino Harlem. Mais tarde, ele fará uma procissão no Central Park e falará a uma audiência de 18 mil pessoas em uma missa em Madison Square Garden.

Nesta quinta-feira (24), Francisco se tornou o primeiro papa a discursar no Congresso americano. Na ocasião, ele pediu a abolição da pena de morte, condenou o fundamentalismo religioso e defendeu os imigrantes.

O papa encerra sua visita aos EUA no domingo (27), quando retorna ao Vaticano.

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