O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte afirmou nas Nações Unidas que um tratado de paz era urgentemente necessário para evitar a repetição do impasse militar registado na Ásia há dois meses. As tensões aumentaram na península coreana em agosto, depois de tiros na fronteira.
“Tendo atravessado o incidente de agosto que fez o Nordeste da Ásia e o mundo inteiro conter a respiração em ansiedade, tornou-se hoje uma questão crucial substituir o acordo de armistício com um tratado de paz sem mais demora", disse nessa quinta-feira o ministro dos negócios estrangeiros, Ri Su Yong, na Assembleia Geral da ONU.
Ri Su Yong disse que a substituição do acordo 1950-1953 por um tratado de paz permanente "exige a corajosa decisão dos Estados Unidos antes de todos" e acrescentou que a Coreia do Norte estava pronta para iniciar conversas.
A Coreia do Norte coloca o ônus sobre Washington para fazer um gesto para iniciar o diálogo. Washington, por sua vez, afirma que qualquer diálogo com Pyongyang terá de incluir discussões sobre o programa nuclear e os direitos humanos.
O ministro também criticou as Nações Unidas por “meras contagens que podem ser abusadas pelos Estados Unidos”, depois de uma comissão de inquérito da ONU ter concluído que o regime de Pyongyang cometia generalizados abusos contra os direitos humanos.
A Guerra da Coreia (1950-1953) resultou em um acordo temporário de paz em vez de um tratado, o que significa que as duas Coreias continuam tecnicamente em guerra.
Ri Su Yong também se reuniu com o secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Ban Ki-moon disse que as Nações Unidas estavam prontas para ajudar a facilitar o diálogo.