Mediadores do Diálogo Nacional tunisiano recebem o prêmio Nobel da Paz

Grupo contribuiu para a construção de uma democracia pluralista após a Revolução de Jasmim de 2011
Da AFP
Publicado em 09/10/2015 às 7:39
Grupo contribuiu para a construção de uma democracia pluralista após a Revolução de Jasmim de 2011 Foto: Foto: Fethi Belaid/AFP


O Quarteto do Diálogo Nacional tunisiano recebeu nesta sexta-feira (9) o prêmio Nobel da Paz "por sua contribuição decisiva à construção de uma democracia pluralista" após a Revolução de Jasmim de 2011, anunciou o comitê Nobel norueguês.

"O Quarteto se formou em meados de 2013, num momento em que o processo de democratização corria perigo devido aos assassinatos políticos e aos importantes distúrbios sociais", destacou o comitê.

O grupo, composto pelo UGTT, sindicato histórico da Tunísia e símbolo da independência, pela patronal Utica, pela Liga Tunisiana de Direitos Humanos (LTDH) e pela ordem dos advogados, organizou um longo e complicado diálogo nacional entre os islamitas e seus opositores, obrigando-os a tirar o país de sua paralisia institucional.

O Quarteto lançou "um processo político alternativo, pacífico, num momento em que o país estava à beira da guerra civil", lembrou o comitê.

Seu papel foi crucial para permitir que a Tunísia "estabelecesse um sistema constitucional de governo que garantisse os direitos fundamentais para o conjunto da população, sem distinções de sexo, convicções políticas ou crenças religiosas", explicou.

Os vencedores receberão seus prêmios em uma cerimônia que será realizada em Oslo no dia 10 de dezembro, data do aniversário da morte em 1896 do criador do prêmio, Alfred Nobel, cientista e filantropo sueco.

 

MÁRTIRES

A atribuição do Nobel da Paz ao Quarteto de Diálogo Nacional tunisiano, instância que permitiu conduzir a transição no país, "é uma homenagem aos mártires da democracia tunisiana", disse nesta sexta-feira (9) o secretário-geral do sindicato premiado com o Nobel junto com outras três organizações.

"Este esforço feito por nossa juventude permitiu que o país virasse a página da ditadura", acrescentou Houcine Abassi, líder do histórico sindicato União Geral do Trabalho (UGTT), que foi um dos impulsionadores em 2013 do diálogo que também reuniu a patronal Utica, a Liga Tunisiana de Direitos Humanos (LTDH) e a ordem dos advogados.

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