Jovem palestino morto na Cisjordânia; novo ataque com arma branca em Israel

Trata-se do 15º atentado com arma branca contra judeus nos últimos dez dias e o primeiro cometido por um árabe israelense
Da AFP
Publicado em 11/10/2015 às 21:55
Trata-se do 15º atentado com arma branca contra judeus nos últimos dez dias e o primeiro cometido por um árabe israelense Foto: Foto: AHMAD GHARABLI / AFP


O Exército hebreu matou neste domingo (11) um jovem palestino na Cisjordânia e um árabe israelense apunhalou quatro judeus, depois de um bombardeio de Israel que matou uma mulher grávida e sua filha na Faixa de Gaza, em uma interminável espiral de violência.

O adolescente palestino morreu durante enfrentamentos em um posto de controle do norte da Cisjordânia, perto da cidade de Ramallah, segundo o ministério da Saúde palestino.

As autoridades palestinas identificaram o jovem morto como Ahmad Sharake, de 13 anos, e informaram que outras 20 pessoas ficaram feridas por disparos de balas de borracha durante os confrontos, perto do assentamento judeu de Beit El.

Poucas horas depois, um árabe israelense de 20 anos apunhalou quatro judeus após lançar sobre eles seu veículo no kibutz de Gan Shmuel, no norte de Israel.

Os médicos informaram que uma jovem de 19 anos encontra-se em estado grave, enquanto uma menina de 14 e dois homens, de 20 e 45 anos, sofreram ferimentos leves neste ataque.

Trata-se do 15º atentado com arma branca contra judeus nos últimos dez dias e o primeiro cometido por um árabe israelense.

Temor de terceira intifada 

Apesar dos chamados à calma da comunidade internacional, a escalada de violência continua em Israel e nos Territórios Palestinos.

Depois de Washington no sábado, a presidência francesa classificou neste domingo de "extremamente preocupante e perigosa" a atual escalada.

Na manhã deste domingo, a aviação israelense bombardeou a Faixa de Gaza em represália pelo lançamento de dois foguetes a partir do enclave palestino governado pelo movimento islâmico Hamas.

Um deles caiu em um terreno desabitado no sul de Israel e o outro foi interceptado na zona pelo sistema antimísseis "Cúpula de Ferro".

O Exército disse que o alvo eram "duas instalações de fabricação de armas" do Hamas. 

O ataque destruiu uma casa na zona de Zeitun, no norte do enclave, matando uma mulher grávida, Nur Hasan, de 30 anos, e sua filha Rahaf, de 2 anos.

O Hamas não demorou para lançar uma advertência a Israel, contra o qual enfrentou três guerras nos últimos seis anos.

"Advertimos a ocupação (israelense) contra continuar com esta loucura", disse Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas.

"Isto demonstra o desejo que a ocupação tem de uma escalada", acrescentou.

O Hamas não disse o que fará no caso de um novo ataque israelense, em meio ao espectro de outra intifada, como as de 1987 e 2000.

Medo de mais atentados

Israel também disse ter frustrado a primeira tentativa de atentado com bomba desde o início da escalada, no dia 1º de outubro.

As circunstâncias do incidente, ocorrido em uma estrada perto da colônia israelense de Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada, são muito confusas.

Segundo a polícia, um agente considerou um veículo suspeito porque ele circulava em uma faixa  reservada aos ônibus, e ordenou que parasse.

A motorista então saiu do carro e o policial se aproximou. A mulher gritou "Alá é grande" em árabe e então detonou uma bomba no veículo.

Interrogada pela AFP, a porta-voz da polícia Luba Samri disse que era uma tentativa de atentado suicida. A motorista, uma palestina de Jericó, ficou gravemente ferida e ainda não se sabe como o explosivo no veículo foi ativado. Além disso, um policial ficou levemente ferido.

O incidente reaviva o temor dos atentados com bomba, frequentes durante a segunda Intifada (2000-2005), que semearam o terror entre a população israelense. O último ataque deste tipo, segundo a chancelaria israelense, ocorreu em 21 de novembro de 2012, em Tel Aviv.

Cessar-fogo à prova

Nesta nova escalada já morreram 24 palestinos, entre eles sete supostos autores de ataques com facas, e quatro israelenses. As autoridades israelenses também detiveram centenas de palestinos.

A violência se estendeu na sexta-feira à Gaza, onde nove jovens palestinos morreram entre este dia e sábado por disparos israelenses perto da barreira de segurança durante uma manifestação violenta.

Os mortos destes últimos dias colocam seriamente à prova o cessar-fogo observado em Gaza desde o fim de agosto de 2014, após um sangrento conflito de um mês entre Israel e o Hamas.

O líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, falou na sexta-feira de uma nova Intifada e disse que a população de Gaza se somaria a ela.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou, por sua vez, que a segurança em Jerusalém será aumentada com o reforço de várias companhias de guardas fronteiriços reservistas.

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