Por uma margem apertada (285 votos contra 281), o Parlamento Europeu aprovou nesta quinta-feira (29) uma resolução, sem poder de lei, que insta os Estados-membros da União Europeia (UE) a "encerrar quaisquer acusações criminais contra Edward Snowden, conceder-lhe proteção e, consequentemente, impedir a sua extradição, reconhecendo o seu estatuto de denunciante e defensor internacional dos direitos humanos".
O ex-agente da Agência de Segurança Nacional dos EUA Edward Snowden saudou a resolução como "extraordinária" e um "divisor de águas".
Snowden viveu exilado na Rússia desde que revelou programas secretos de vigilância do governo dos EUA, em junho de 2013.
O Parlamento Europeu é formado por representantes de todos os 28 Estados-membros da UE, que são eleitos diretamente, mas sua autoridade legislativa é limitada.
A resolução atende a pedido para que os Estados-membros rejeitem as tentativas de os EUA de prender e processar Snowden.
O ex-agente da NSA comentou a votação. "Isso não é um golpe contra o governo dos EUA, mas uma mão estendida por amigos. É uma chance de seguir em frente", escreveu Snowden em sua conta no Twitter.
O governo dos EUA não parece ver desta maneira.
"Nossa posição não mudou", disse Ned Price, porta-voz da NSA, em comunicado enviado por e-mail ao jornal britânico "The Guardian".
"O senhor Snowden é acusado de revelar informações secretas e enfrenta acusações criminais aqui nos EUA. Como tal, ele deve ser devolvido para os EUA, logo que possível, onde será submetido ao devido processo legal."
Snowden é acusado sob a Lei de Espionagem, de 1917, que proíbe a divulgação de segredos de Estado e que não permite que o ex-agente argumente que suas revelações tiveram um benefício público.