O futuro do presidente sírio, Bashar al-Assad, principal ponto de discórdia entre as grandes potências, será decidido nas próximas reuniões internacionais sobre a Síria, disse nessa quinta-feira (19) o porta-voz do departamento de Estado, John Kirby.
Um grupo de 20 países e organizações - incluindo Estados Unidos, Rússia, Irã, Arábia Saudita e vários Estados europeus - se despediram na noite de sábado de Viena com um comunicado conjunto no qual estabelecem um calendário para uma eventual transição política na Síria, um país arrasado por quatro anos de guerra civil.
"O papel de Assad segue sendo um dos aspectos pendentes da solução. Todos reconhecem isto", afirmou o porta-voz do departamento de Estado, John Kirby.
"O papel de Assad nesta transição será decidido durante discussões multilaterais que seguirão ocorrendo", acrescentou o porta-voz, sem precisar onde ocorrerão as próximas conversações.
A comunidade internacional relançou um processo de negociações para encontrar uma saída para o conflito sírio, que levou a dois grandes encontros em Viena, nos dias 30 de outubro e 14 de novembro.
"Queremos uma transição para um governo sem Assad, que seja representativo do povo sírio e responda" suas expectativas, acrescentou Kirby.
O calendário de saída da crise acertado no sábado, em Viena, prevê uma reunião entre o regime de Assad e membros da oposição, o mais tardar em 1º de janeiro de 2016, a formação de um governo de transição em seis meses, a aprovação de uma nova Constituição e a realização de eleições livres em 18 meses.
Um cessar-fogo também está entre os objetivos, mas não fica claro a sequência das medidas.
Assad disse na quarta-feira que qualquer "calendário começa após se acabar com o terrorismo". "Não se pode obter nada politicamente enquanto há terroristas no poder em várias áreas da Síria".
Já o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nessa quinta-feira (19) que a guerra civil na Síria não poderá chegar ao fim sem que Assad deixe o poder, descartando a possibilidade de o presidente sírio participar das futuras eleições.
"Não prevejo uma situação na qual possamos acabar com a guerra civil na Síria enquanto Assad permanecer no poder", disse Obama.