Comissão Europeia trabalha com ''serenidade'', mas com segurança reforçada

Serviços de segurança da comissão decidiram, no entanto, reforçar as medidas de segurança onde considerou necessário
Da ABr
Publicado em 23/11/2015 às 9:49
Serviços de segurança da comissão decidiram, no entanto, reforçar as medidas de segurança onde considerou necessário Foto: Foto: EPA/Olivier Hoslet/Agência Lusa/Direitos Reservados


A Comissão Europeia “continua trabalhando com calma e serenidade”, apesar de Bruxelas estar sob o nível máximo de alerta, disse o porta-voz da comissão, admitindo no entanto que os controles de segurança foram reforçados. Na coletiva de imprensa diária da comissão, Margaritis Schinas contou que ficou decidido, “por enquanto”, manter o mesmo nível de alerta “amarelo”, embora o Conselho da União Europeia tenha elevado o seu nível de ameaça para um nível superior, “laranja”, e Bruxelas permaneça, pelo terceiro dia consecutivo, no nível máximo, “4”.

“Apesar do nível 4 de alerta para a região de Bruxelas, as autoridades belgas confirmaram-nos que não há risco ou ameaça específica contra instituições da UE, incluindo a comissão. Estivemos acompanhando a situação ao longo do fim de semana e mantivemos o pessoal informado da situação. Por enquanto, o nosso nível de alerta permanece o mesmo, designadamente o amarelo”, declarou.

No entanto, e “como medida preventiva”, os serviços de segurança da comissão decidiram “reforçar as medidas de segurança onde considerou necessário”, e a título de exemplo indicou que todos os veículos que acessam a sede da Comissão Europeia, o edifício Berlaymont, são “sistematicamente controlados”, há reforço das patrulhas internas e externas, as creches e escolas europeias estão fechadas e os grandes eventos que estavam previstos para fora dos edifícios da comissão foram cancelados.

Questionado sobre o fato de as instituições europeias tomarem diferentes medidas de segurança, e designadamente o conselho, distante alguns metros, do outro lado da Rue de la Loi, estar sob um nível de alerta mais elevado, o porta-voz indicou que “há efetivamente uma coordenação estreita entre todas as instituições, mas cada instituição tem a sua autonomia”, e observou que “os colegas do outro lado da rua” têm em agenda mais reuniões, o que justificará um nível de alerta mais elevado. Entre as reuniões previstas e mantidas para hoje há um encontro do fórum de ministros das Finanças da zona do euro, o Eurogrupo, do qual participará a ministra Maria Luís Albuquerque.

O porta-voz admitiu ainda que foi dada alguma “flexibilidade” aos funcionários para trabalhar a partir de casa, designadamente os que têm filhos, em virtude de as escolas estarem encerradas. Bruxelas acordou nesta segunda-feira (23) pelo terceiro dia consecutivo em alerta máximo devido a um "risco iminente” de ataques terroristas.

No domingo, as autoridades belgas decidiram manter para hoje o nível de alerta máximo instaurado na madrugada de sábado (21) na região de Bruxelas, por considerarem que subsiste uma “ameaça séria e iminente” de atentados, pelo que todas as linhas de metrô estão suspensas e as escolas, fechadas – algo inédito na história do país.

A capital da União Europeia e sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) permanece hoje em “estado de sítio”, com muito menos movimento nas ruas que o habitual e fortemente vigiada por policiais e militares, depois de no domingo à noite terem sido realizadas 19 operações policiais na região de Bruxelas que resultaram em 16 detenções, mas continua em fuga o suspeito mais procurado, Salah Abdeslam, envolvido nos ataques de Paris em 13 de novembro, que provocaram 130 mortos.

TAGS
guerra ao terror COMISSÃO EUROPEIA alerta
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory