Os serviços de emergência de Mianmar prosseguem com as buscas por pessoas desaparecidas em um deslizamento de terra no sábado (21) em uma mina de jade do norte do país, que provocou mais de 100 mortes.
"As operações de resgate continuam e encontramos mais corpos. No total, há mais de uma centena", declarou à AFP Dashi Naw Lawn, integrante da associação local Kachin Network Development Foundation.
A tragédia aconteceu no sábado na região de Hpakant (norte), quando uma gigantesca montanha de terra e dejetos caiu sobre dezenas de cabanas onde dormiam pessoas que vivem da busca de restos de jade não detectados pelas empresas exploradoras.
Este é provavelmente o deslizamento de terra com o maior número de mortes nesta região pobre e de difícil acesso.
Segundo o jornal oficial Global New Light of Myanmar, 104 corpos foram retirados dos escombros e muitas pessoas permanecem desaparecidas.
Mas o balanço ainda é provisório, pois as autoridades admitem que não sabiam quantas pessoas moravam na região.
Milhares de trabalhadores birmaneses pobres viajam até esta região para tentar encontrar restos de jade não detectados pelas empresas e deixados nas montanhas de terra e outros dejetos ao lado das minas.
Mianmar, maior produtor mundial desta pedra preciosa, obtém grandes lucros da forte presença de jade no subsolo desta região mineradora.
Em 2014, país venceu no mercado mundial quase 27,5 bilhões de euros de jade, 10 vezes mais que o valor oficial, segundo a ONG Global Witness.
A opositora Aung San Suu Kyi, cujo partido venceu com folga as eleições de 8 de novembro, deve formar o governo no início de 2016. Ela prometeu lutar contra a corrupção e a falta de transparência na economia, da qual a indústria de jade é um bom exemplo.